O coordenador de emergência para a Ucrânia do Programa Alimentar Mundial (WFP) disse, esta sexta-feira, que as cadeias de abastecimento no país estavam a entrar em colapso.
Jakob Kern alertou, citado pela Reuters, que esta falência se devia à destruição das infraestruturas - das mercearias e armazéns às pontes e comboios de carga - e também ao receio que existe de chegar à Ucrânia, que tem sido bombardeada por mísseis russos.
"A cadeia de abastecimento do país está a colapsar. A movimentação de bens tem abrandado devido à insegurança e relutância dos condutores", explicou.
O responsável disse ainda que, dentro do país, as cadeias têm sido repostas, numa tarefa que descreveu como "gigantesca", e que desde que o conflito começou a Organização das Nações Unidas (ONU) já entregou mais de 12 mil toneladas de alimentos a granel, farinha e ração de emergência/sobrevivência, alimentos estes descarregados em cidades que não estão debaixo de fogo.
Atualmente, a organização tem em espera 8 mil toneladas de alimentos que, nos países fronteiriços, aguardam a qualquer momento para serem descarregadas na Ucrânia.
Tendo em conta que a Ucrânia é um grande exportador de trigo e, devido à invasão das tropas russas, vê o seu negócio estagnado, o responsável pela WFP na Ucrânia alertou ainda que, para além do aumento dos preços, existe ainda uma preocupação com o fornecimento de comida para locais onde a crise alimentar é um problema conhecido, como o Iémen e o Líbano, países que importam trigo produzido na Ucrânia e que poderão sofrer aquilo a que o responsável chama de "fome colateral".
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