Emmanuel Macron apela à "calma e responsabilidade" após morte de Colonna
O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou hoje à calma e responsabilidade na Córsega após a morte na terça-feira do independentista Yvan Colonna na sequência de um ataque que sofreu na prisão.
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Mundo Macron
"O mais importante é que continuemos a falar, que as discussões continuem e que possamos contribuir para que os habitantes da Córsega vivam melhor. Isto requer um espírito de calma e responsabilidade", disse hoje o Presidente francês em entrevista à rádio France Bleu.
As autoridades francesas receiam que com a morte de Yvan Colonna as tensões voltem a subir na Córsega. Yvan Colonna morreu na sequência dos ferimentos de um ataque por outro preso após vários dias em coma num hospital em Marselha. Este ataque está a ser investigado pelas autoridades e pode ter tido motivações de radicais islâmicos.
Yvan Colonna era conhecido como o pastor de Cargese, sendo um destacado independentista. Foi condenado em 2007, após ter passado vários anos fugido, pelo assassinato do prefeito do sul da Córsega em 1998.
Como protesto pela morte de Colonna, na noite de segunda-feira, um incêndio deflagrou na subprefeitura de Calvi, na ponta norte da ilha. Hoje, a maior parte dos liceus não abriu, com uma greve dos estudantes e marchas pacíficas a darem corpo ao luto vivido pelos corsos.
Na última semana, várias noites seguidas de violência fizeram centenas de feridos entre polícias e manifestantes na sequência do ataque ao independentista, trazendo de novo a questão da autonomia ao centro da discussão em França.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, visitou a ilha durante três dias e prometeu maior autonomia aos corsos, o que terá acalmado as tensões. Entretanto, o ministro já tinha esclarecido esta semana que a Córsega vai continuar a ser francesa e que é preciso continuar a trabalhar "o aumento da autonomia" da ilha.
Desde o século XVIII que a Córsega está sob controlo da França, tendo sido primeiro administrada pelas autoridades francesas e sendo depois anexada pelos gauleses devido à falta de pagamento dos genoveses que detinham a ilha. Desde aí, sucessivas vagas de independentistas têm lutado por uma maior autonomia, estando mesmo organizados politicamente.
A Córsega tem mais competências do que a maior parte das regiões em França, detendo um "estatuto particular" que foi atualizado pela última vez em 2018. A Córsega tem um presidente do Conselho Executivo, a sua própria Assembleia, poder de decisão sobre os transportes dos bens.
No entanto, há muito que a Córsega pede um estatuto autónomo mais alargado à semelhança do que se passa noutras ilhas europeias como a Sardenha, Sicília, ilhas Baleares, Canárias e Madeira.
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