Cerca de 60 funcionários da Disney realizaram um protesto, esta terça-feira, para pressionar a empresa a reagir a um projeto de lei na Flórida que proíbe a educação sobre orientação sexual ou identidade de género nas escolas primárias.
Os manifestantes dizem que a Disney mostrou "empatia" para com o projeto de lei. Segundo a BBC, a empresa revelou, num comunicado, que "tem solidariedade" pelo elenco, equipa, convidados e fãs LGBT.
O projeto de lei, conhecido como o Parental Rights in Education Bill, foi apelidado pelos críticos de "Não diga gay". Contudo, o texto da legislação não contém o termo "gay", embora proíba discussões sobre orientação sexual e identidade de género entre menores de 10 anos ou quando "não apropriadas à idade ou ao desenvolvimento adequado para estudantes de acordo com os padrões estatais".
O CEO da Disney, Bob Chapek, disse aos funcionários, no início deste mês, que estava errado por não ter respondido ao projeto de lei, e, na passada segunda-feira, esclareceu que usaria o momento para realizar mudanças na empresa. Também o governador DeSantis criticou a Disney por denunciar o projeto de lei após a reação dos funcionários, acusando-a de acreditar em "narrativas falsas".
A Disney também se comprometeu a fazer uma pausa nas doações aos legisladores da Flórida que apoiaram o projeto. Na terça-feira, divulgou, num um comunicado nas redes sociais, que está "concentrada em criar experiências que apoiem os valores familiares de todas as famílias e não tolerará discriminação de nenhuma forma".
Porém, os membros da manifestação defendem que as medidas tomadas pela Disney “não conseguiram corresponder à magnitude da ameaça” apresentada pela legislação à comunidade LGBT. Entre outras medidas, pedem para a empresa deixar de fazer doações políticas e interromper todas as construções e investimentos na Flórida até que a legislação seja revogada.
Embora este projeto de lei possa, em breve, ser sancionado pelo governador da Flórida, Ron DeSantis enfrenta atualmente críticas significativas, inclusive da Casa Branca e dos seus aliados. Quem defende a legislação acredita que protegerá as crianças da exposição em sala de aula a tópicos considerados inapropriados pelos seus pais, enquanto os críticos alertam que ela estigmatizará e isolará a juventude LGBT.
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