NATO diz que já foram mortos 7.000 a 15.000 soldados russos na Ucrânia

A NATO calculou hoje que entre 7.000 e 15.000 soldados russos foram mortos em quatro semanas de guerra na Ucrânia, onde os defensores locais demonstraram resistência superior à esperada e impediram que Moscovo atingisse diversos objetivos.

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© Getty Images

Lusa
23/03/2022 17:43 ‧ 23/03/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Um alto responsável militar da NATO disse que a estimativa foi baseada em informações oficiais ucranianas, em comunicados emitidos pela Rússia e ainda relatórios dos serviços de informações recolhidos em diversas fontes, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP). O responsável falou na condição de anonimato.

Quando a Rússia desencadeou a invasão em 24 de fevereiro, a maior ofensiva desde a Segunda Guerra Mundial, e perspetivou uma escalada nuclear em caso de intervenção ocidental, muitos analistas consideram que o Governo de Kiev estaria condenado a curto prazo.

Mas, completando-se na quarta-feira quatro semanas de combates, a Rússia envolveu-se numa difícil campanha militar, sem fim à vista e com a sua economia assolada por sanções ocidentais. O Presidente dos EUA e aliados mais próximos reúnem-se esta semana em Bruxelas e Varsóvia para abordar possíveis novas medidas punitivas e o envio de mais ajuda militar para a Ucrânia.

Biden, que viaja para a Europa na quarta-feira, avisou existir a "ameaça real" da utilização de armas químicas pela Rússia e disse que o assunto será discutido com os restantes líderes.

As ondas de choque económica e geopolítica -- que implicou o aumento do preço da energia e receio de escassez de bens alimentares à escala global, com a Rússia e a China empenhadas numa nova ordem mundial --, tiveram reflexos em todo o mundo, ainda a recuperar da crise do covid-19.

Num aparente reflexo das crescentes divisões nas esferas do poder em Moscovo, o responsável oficial Anatoly Chubais demitiu-se, anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência noticiosa Interfax.

Chubais, o arquiteto da campanha de privatização pós-soviética, ocupou diversos cargos de responsabilidade nas últimas três décadas. Ultimamente era o enviado do Presidente Vladimir Putin a diversas organizações internacionais.

Peskov não precisou se Chubais deixou o país.

A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, depois de meses a concentrar militares e armamento na fronteira com a justificação de estar a preparar exercícios.

A ofensiva russa causou já a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Líderes da NATO reúnem-se com "caráter simbólico" mas sob "pressão"

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