França e Turquia oferecem-se como intermediários do conflito na Ucrânia
Os Presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ofereceram-se hoje para "acompanhar" as negociações entre a Ucrânia e a Rússia, logo que seja estabelecido um cessar-fogo.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Macron e Erdogan reuniram-se hoje em Bruxelas - à margem da cimeira extraordinária de líderes da NATO que analisou a evolução da invasão russa da Ucrânia - e concordaram em continuar a utilizar "todos os canais diplomáticos para obter urgentemente um cessar-fogo", anunciou o Palácio do Eliseu (Presidência francesa), em comunicado.
"Logo que um cessar-fogo seja estabelecido, a França e a Turquia estarão disponíveis para acompanhar o necessário processo de negociação entre a Rússia e a Ucrânia", acrescentou a nota informativa da Presidência francesa.
Os dois chefes de Estado também falaram sobre "a deterioração da situação humanitária na Ucrânia, especialmente em Mariupol", e concordaram em garantir a posição defensiva da Aliança Atlântica no seu flanco leste.
Macron e Erdogan expressaram ainda o desejo de evitar "possíveis efeitos desestabilizadores" da guerra na região do sul do Cáucaso, com o Presidente francês a sublinhar o objetivo de encontrar "uma solução política duradoura" para o conflito entre a Arménia e o Azerbaijão.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de março pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 977 mortos e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças.
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