"Há uns dias ele estava em casa, mas uma guerra rebentou com a sua vida". É desta forma que o Serviço de Emergência da Ucrânia (SES) apresenta a nova mascote do seu corpo de bombeiros, um coelho resgatado de um incêndio num complexo de apartamentos em Kharkiv, causado pelos bombardeamentos das forças russas.
O organismo conta que, entre o fumo e a escuridão do incêndio, “um dos socorristas reparou em duas pequenas orelhas, atrás do sofá”.
“Era um coelho doméstico, deixado para trás. Estava completamente molhado e cheio de frio”, revela, adiantando que, como os donos não foram localizados, o animal, apelidado de ‘Lucky’, foi levado para o quartel dos bombeiros, onde tem “o seu próprio canto, comida e carinho”.
“Mesmo nos momentos mais sombrios, há sempre lugar para a humanidade”, complementa.
A história de ‘Lucky’ emocionou os internautas, levando os bombeiros a gravar um vídeo com o pequeno animal, onde contam mais detalhes.
“Temos a certeza de que a presença deste amigo orelhudo no corpo de bombeiros dá força aos homens e ajuda-os a não perder a humanidade, por mais difícil que seja”, reitera o SES, apelando para que os residentes não deixem os seus animais de estimação para trás, apesar deste final feliz.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, tem vindo a ser alvo de bombardeamentos constantes por parte das tropas de Moscovo. As estimativas, citadas pela Sky News, apontam para que pelo menos meio milhão de cidadãos tenham abandonado as suas casas desde o início da invasão russa.
O dia de hoje, 24 de março, marca um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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