Após várias tentativas falhadas, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, anunciou esta sexta-feira que será feito um novo esforço para retirar os civis ainda em Mariupol, que poderão sair em veículos particulares.
Aqueles que conseguirem escapar terão autocarros à sua espera em Berdiansk que, por sua vez, os levarão para Zaporizhzhia, adiantou Vereshchuk.
“Faremos tudo o que esteja ao nosso alcance para que autocarros cheios com residentes de Mariupol cheguem a Zaporizhzhia hoje”, assegurou a responsável, num vídeo publicado no Facebook.
Recorde-se que a cidade portuária que tem sofrido constantes bombardeamentos às mãos das forças russas, estando "sob cerco total, sem comida, sem água, sem medicamentos", segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, apontou na quinta-feira que milhares de residentes de Mariupol estão a ser “deportados à força” para a Rússia, acusando o país de ter transitado para um “novo patamar de terror”. A autarquia, por sua vez, denunciou que mais de 15 mil residentes foram “ilegalmente deportados” para a Rússia desde que esta assumiu controlo de algumas zonas da cidade portuária, um ponto estratégico para os interesses de Moscovo.
O dia de ontem, 24 de março, marcou um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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