A Finlândia vai deixar de ter ligação ferroviária direta entre a União Europeia e a Rússia a partir desta segunda-feira, devido a sanções impostas pelo país ao país vizinho.
De acordo com um comunicado do VR Group, que opera a linha 'Allegro' entre Helsínquia e São Petersburgo, esta ligação ainda vai acontecer no domingo mas será a última vez, sem se saber quando voltará a acontecer.
No comunicado publicado esta sexta-feira, o VR Group diz que: “a VR descontinuará o serviço de comboio Allegro até novo aviso, a partir de 28 de março de 2022”.
“No domingo, 27 de março, apenas o comboio da manhã de Helsínquia para São Petersburgo será operado e o comboio da tarde, AE786, será cancelado", informam.
VR keskeyttää Allegro-liikenteen toistaiseksi maanantaista 28.3.2022 alkaen: https://t.co/lxzQAbiD0N
— VR Group (@VRuutiset) March 25, 2022
Topi Simola, vice-presidente dos serviços de passageiros do VR Group, citado no comunicado, revelou que o serviço está apenas a ser descontinuado "por enquanto" e que “durante estas semanas as pessoas que queriam partir da Rússia tiveram tempo suficiente para partir. Agora, devido às sanções, vamos descontinuar o serviço”, afirmou.
De acordo com a VR, este comboio é, neste momento, a única conexão ferroviária de passageiros entre a União Europeia e a Rússia, após a União Europeia ter imposto a 27 de fevereiro uma proibição geral de voos aos aviões russos, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, e o mesmo será feito para a ferrovia.
Recorde-se que a Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser bastante superior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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