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Nagorno-Karabakh. Separatistas dizem que dois soldados arménios morreram

Dois soldados arménios foram hoje mortos por forças militares do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh, adiantaram as autoridades separatistas na região disputada por Baku e Erevan.

Nagorno-Karabakh. Separatistas dizem que dois soldados arménios morreram
Notícias ao Minuto

00:03 - 26/03/22 por Lusa

Mundo combates

"Dois soldados do Exército defensivo foram mortos por forças inimigas que usaram arama pequenas e drones de combate", disse o Ministério da Defesa separatista.

"A situação na região continua tensa", disse o Ministério, acrescentando que espera que "a missão de paz russa seja capaz de resolver esse problema".

Este é o primeiro incidente desse tipo na região desde janeiro.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arménia disse que as forças do Azerbaijão entraram na vila de Paruj -- a área de responsabilidade das forças de paz russas -- na quinta-feira, chamando-a de "pura violação do acordo de cessar-fogo".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês lamentou os "incidentes armados e movimentos de tropas nas regiões de Paruj e Khramort".

Paris "também tomou nota com preocupação de uma nova interrupção do abastecimento de gás às populações" de Nagorno-Karabakh e pediu restabelecimento da ligação, sublinhou.

A Arménia acusou hoje o Azerbaijão de "invadir" o Nagorno-Karabakh na parte controlada pelas forças de paz russas, enviadas para a região após o final da guerra no outono de 2020.

Baku argumentou que apenas necessita de "pontos de estacionamento" de tropas.

"Prossegue a invasão das Forças Armadas do Azerbaijão que começou em 24 de março na localidade de Paruj, região de Askeran, em zona de responsabilidade das forças de paz russas", informou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arménia.

Segundo Erevan, "a situação no Nagorno-Karabakh permanece tensa".

O Ministério da Defesa da autoproclamada República do Nagorno-Karabakh indicou na sua conta oficial da rede social Twitter que as Forças Armadas do Azerbaijão abriram fogo contra as suas unidades de defesa com armas de fogo e aviões não tripulados ('drones') suicidas.

Adiantou que morreram dois soldados arménios e cinco militares azeris, referindo ainda que cinco soldados russos ficaram feridos em escaramuças com forças azeris na noite de quinta-feira.

A diplomacia arménia considerou que a parte russa, garante do cessar-fogo na região, deverá tomar medidas para a "retirada imediata das unidades das Forças Armadas do Azerbaijão" na zona de responsabilidade do contingente russo.

Erevan também solicitou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos que adote medidas urgentes contra o Azerbaijão devido ao que considerou uma violação dos direitos da população de Nagorno-Karabakh.

Por sua vez, Baku negou em comunicado que se tenham produzido combates na zona com a utilização de 'drones' e assegurou que está a efetuar um processo de "precisão" de pontos de estacionamento de tropas "sem a utilização da força".

Na sequência da guerra no outono de 2020, Erevan perdeu o controlo de mais de dois terços dos territórios do Nagorno-Karabak e arredores, que controlava desde a década de 1990.

Segundo a cláusula 1 sobre o cessar-fogo, assinado entre a Rússia e a Arménia com mediação da Rússia, as forças das duas partes devem manter-se nas posições que ocupavam no momento da assinatura do documento.

De acordo com Erevan, as atuais iniciativas militares de Baku nesta região constituem uma clara infração ao acordo alcançado em novembro de 2020.

Esta semana, a Arménia acusou o Azerbaijão de danificar o gasoduto que transportava combustível em direção ao Nagorno-Karabakh, o que terá deixado 120.000 pessoas sem acesso a gás.

"Além de outras ações destinadas a exercer pressão psicológica sobre a população local e impedir que representantes de organizações humanitárias entrem no Nagorno-Karabakh, o Azerbaijão também sabota deliberadamente o funcionamento normal das infraestruturas vitais" do território, denunciou Erevan.

A Arménia e o Azerbaijão, ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso do Sul, declararam a independência em 1991.

O Nagorno-Karabakh, uma região em território azeri, hoje habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos), declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência dessa guerra, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e EUA), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes.

Este recente aumento da tensão ilustra o precário equilíbrio que prevalece entre os dois países rivais, apesar da presença na região de soldados das forças de manutenção de paz russas, enviadas em novembro de 2020 no âmbito do cessar-fogo negociado pelo Presidente Vladimir Putin.

Leia Também: Arménia anuncia morte de seis soldados em combates com o Azerbaijão

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