Mudança de rumo de Madrid face ao Saara Ocidental não contraria ONU

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, rejeitou categoricamente que a mudança de rumo do Governo espanhol na política sobre o Saara Ocidental contrarie as disposições das Nações Unidas.

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Lusa
27/03/2022 13:43 ‧ 27/03/2022 por Lusa

Mundo

ONU

"Espanha não vai contra uma resolução da ONU. Nem a União Europeia", garantiu Borrell à Efe numa entrevista no âmbito do Fórum de Doha, antes de partir para o Kuwait no domingo para realizar reuniões com as autoridades kuwaitianas.

De acordo com Borrell, a posição da União Europeia sobre o conflito do Saara Ocidental não mudou. "Continuamos a dizer a mesma coisa, ou seja, que o conflito deve ter uma solução no quadro das resoluções das Nações Unidas", disse.

"Apoiamos o enviado especial da ONU (para o Saara Ocidental, Staffan) De Mistura, e esta solução deve ser encontrada no quadro de um acordo entre as partes", acrescentou.

Sobre a nova posição do Governo espanhol, que apoia a proposta de Marrocos de que o Saara Ocidental, uma antiga colónia espanhola, seja uma das suas regiões, embora com autonomia, Borrell disse que tinha de "continuar a ser encontrada num acordo entre as partes".

Borrell disse que embora não fosse o "porta-voz" do Governo espanhol sobre esta questão, tinha ouvido o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, "explicar muito claramente no Parlamento, dizendo que a posição espanhola também continua no quadro das Nações Unidas, que o Governo espanhol manifestou a sua preferência por uma das soluções possíveis, mas que esta solução tinha de continuar a ser encontrada no quadro de um acordo entre as partes".

A disputa do Saara Ocidental começou em 1975, quando Marrocos anexou o território, aproveitando um processo de descolonização iniciado por Espanha e a fragilidade de Madrid, na sequência da ditadura de Francisco Franco.

A Frente Polisário proclamou unilateralmente a República Árabe Saaraui Democrática nos campos de refugiados sarauís em Tinduf (Argélia) e declarou guerra a Marrocos, exigindo um referendo sobre a autodeterminação a que Rabat se opõe.

As Nações Unidas aprovaram numerosas resoluções sobre este conflito desde o seu início, a última das quais em outubro passado, que apela a "uma solução realista, viável e duradoura, aceitável para as partes".

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