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Irão chama traidores a países árabes participantes em cimeira em Israel

O Irão classificou hoje como traição e "punhalada" à Palestina a participação de quatro países árabes na Cimeira do Neguev em Israel, que designou como "cimeira do mal", pedindo oposição à "conspiração sionista-norte-americana".

Irão chama traidores a países árabes participantes em cimeira em Israel
Notícias ao Minuto

20:13 - 28/03/22 por Lusa

Mundo Irão

"Qualquer tentativa de normalizar as relações com os terroristas sionistas e invasores de Jerusalém é uma punhalada nas costas do oprimido povo palestiniano", declarou num comunicado o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzade.

O porta-voz chamou traidores aos Emirados Árabes Unidos (EAU), ao Bahrein, ao Egito e a Marrocos por participarem, juntamente com os Estados Unidos e Israel, na Cimeira do Neguev (deserto que ocupa cerca de 60% do território israelita), na localidade de Sde Boker, nos últimos dois dias.

Khatibzade disse que essa "cimeira do mal", na qual estiveram presentes os chefes da diplomacia desses seis países, se destinou, entre outras questões, a formar uma frente comum contra o Irão, quando as negociações para restaurar o acordo nuclear de 2015 parecem estar perto da conclusão, apelando aos países da região para se unirem contra a "conspiração sionista-norte-americana".

"A República Islâmica do Irão está disposta a cooperar com os países da região para combater a conspiração sionista-norte-americana na criação da discórdia e da propagação da instabilidade", disse o porta-voz.

Israel considera o Irão uma ameaça à sua existência e opõe-se a qualquer acordo com a República Islâmica.

O Irão está a negociar com a Alemanha, a França, o Reino Unido, a Rússia e a China, com a participação indireta dos Estados Unidos, para recuperar o acordo nuclear de 2015, que limitava o programa nuclear de Teerão em troca do levantamento das sanções ao país.

Após 11 meses de duras negociações ainda não se alcançou um acordo, o que Teerão imputa a Washington.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdolahian, disse nos últimos dias que, entre as questões pendentes mais importantes para salvar o acordo, se encontra o levantamento das sanções à Guarda Revolucionária, corpo militar sancionado pelos Estados Unidos desde 2019.

Esse corpo militar afirmou em meados deste mês ter bombardeado um centro israelita em Irbil, no norte do Iraque.

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