Um cidadão da cidade-Estado foi enforcado na prisão de Changi, informaram o advogado de direitos humanos Ravi Madasamy e a ativista Kirsten Han, coordenadora da organização não governamental (ONG) Transformative Justice Collective.
A execução não foi confirmada pelas autoridades, que geralmente apenas divulgam uma lista anual de enforcamentos, o método utilizado em Singapura.
O indivíduo foi condenado à morte por dois delitos de tráfico de droga em 2015, por quantidades totais de 66,77 gramas de heroína. Há uma semana, o irmão recebeu uma carta dos Serviços Prisionais de Singapura a informar que a execução tinha sido agendada para hoje.
Nascido numa família com dificuldades financeiras, Kahar passou grande parte da vida atrás das grades por problemas de droga, e, depois de cumprir uma primeira pena em 2005, tentou reabilitar-se com a ajuda do irmão, que lamentou a ausência de programas e de orientação por parte das autoridades.
O caso de Kahar exemplifica, segundo Kirsten Han e outros ativistas, um preconceito contra os pobres, uma circunstância, disseram, partilhada pela maioria dos condenados no corredor da morte, onde as condenações por tráfico de droga abundam.
Vários presos já esgotaram os últimos recursos, incluindo um malaio que viu na terça-feira um tribunal rejeitar o último recurso, apesar da deficiência mental medicamente diagnosticada, suscitando críticas das Nações Unidas e da União Europeia.
Singapura tem uma das leis mais duras do mundo sobre drogas, estipulando a pena de morte nos casos de tráfico a partir de 15 gramas de heroína.
Já as organizações que se opõem à pena capital denunciam a inutilidade das penas para refrear o consumo ou mesmo para encorajar a reabilitação.
Leia Também: Singapura. Tribunal nega travar execução de homem com deficiência mental