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Funcionários do Estado e líderes comunitários voltam a Mocímboa da Praia

Funcionários e líderes comunitários regressaram à vila do distrito de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, sete meses após a sua reconquista das mãos de rebeldes, disse hoje o governador da província de Cabo Delgado.

Funcionários do Estado e líderes comunitários voltam a Mocímboa da Praia
Notícias ao Minuto

19:09 - 30/03/22 por Lusa

Mundo Moçambique/Ataques

"Até ao dia 28 de março corrente, 45 líderes comunitários e 100 funcionários do município e do Estado já se encontravam na vila sede de Mocímboa da Praia", afirmou Valige Tauabo, falando na sessão ordinária da Assembleia Provincial de Cabo Delgado, em Pemba, capital da província.

Sem avançar números, Tauabo afirmou que também nos distritos de Palma, Quissanga e Macomia, igualmente afetados pela violência armada, se regista um regresso de funcionários do Estado e de líderes comunitários, com os sinais de restauração da segurança, na sequência dos avanços no combate aos insurgentes.

O governador de Cabo Delgado declarou que os quadros do Estado que voltaram às sedes distritais estão a avaliar as condições de segurança e as necessidades de reabertura dos serviços sociais visando a criação de um ambiente favorável ao regresso da população.

"Estes [que regressaram] estão lá para aferir melhor a criação de serviços básicos e segurança para depois convidarem os outros" a voltarem, referiu.

De todas as sedes de distrito afetadas pela violência armada, Mocímboa da Praia é a que ficou mais tempo nas mãos dos insurgentes, tendo sido ocupada por mais de um ano, até à sua recuperação em agosto último, numa operação conjunta entre as forças governamentais moçambicanas e do Ruanda.

A vila costeira foi onde grupos armados protagonizaram o seu primeiro ataque em outubro de 2017, tendo sido, por muito tempo, descrita como a "base" dos rebeldes.

Mocímboa da Praia está situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural, em Afungi, Palma, conduzido por várias petrolíferas

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia a presença de rebeldes, mas, a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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