Abramovich na mesa de negociações tem sido "útil", diz Turquia
Tanto o ministro dos Negócios Estrangeiros, como o porta-voz do Kremlin, elogiaram e ressalvaram a importância da presença do oligarca russo nas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia.
© Reuters
Mundo Roman Abramovich
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco disse, esta quinta-feira, que Roman Abramovich tem tido um papel muito "útil" nas negociações de paz entre as delegações da Rússia e Ucrânia.
"Claro que os encontros oficiais são importantes, as negociações são importantes, mas a opinião pública é sensível", assumiu Mevlut Cavusoglu, citado pela Reuters, numa entrevista ao canal turco A Haber. "Há canais que deviam manter-se abertos entre líderes e países", referiu, acrescentando que o o oligarca russo tem tido um papel útil.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que não faz parte da delegação russa para as negociações, também reconheceu que a presença do oligarca "permitia certos contatos".
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, também já tinha sublinhado a importância do papel do oligarca na mediação do conflito, argumentado que a sua presença nas negociações significa que Vladimir Putin "acredita e confia nele".
"Abramovich participou nas negociações como membro da delegação russa. Em vez de olharmos para quem estava na mesa, devíamos olhar para quem eles representam", acrescentou.
O oligarca passou a ter lugar nas negociações entre os dois países depois de o presidente da Ucrânia pedir aos Estados Unidos para não o incluírem numa nova ronda de sanções, pois podia ser necessário nas negociações.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de quatro milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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