O sistema de transmissão de gás da Lituânia funciona sem importações de gás da Rússia desde o início deste mês "em resposta à chantagem russa à Europa e à guerra na Ucrânia", avançou o Ministério da Energia, em comunicado.
Todas as necessidades de gás da República do Báltico serão agora cobertas a partir do terminal de gás natural liquefeito (GNL) na cidade portuária de Klaipeda, acrescentou a mesma fonte.
De acordo com o operador do terminal, Klaipedos Nafta, serão recebidos três grandes embarques por mês, o que será suficiente para atender à procura de todos os clientes.
Se for necessário, acrescentou o ministério, será possível receber gás através da ligação com a vizinha Letónia e, a partir de 01 de maio, da Polónia.
Kreivys considerou que este é o "ponto de viragem" para a independência energética da Lituânia, acrescentando que é o resultado "de uma política energética coerente de vários anos e decisões de infraestrutura tomadas no momento certo".
O ministério sublinhou que, dadas as circunstâncias, a exigência de Moscovo de que o gás seja pago em rublos "não faz sentido", uma vez que a Lituânia deixará de fazer mais encomendas, fornecidas até agora através da Bielorrússia e, portanto, "não pensa em pagar".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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