O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje o seu homólogo russo de cometer "um genocídio" com a invasão da Ucrânia.
"Sim, é um genocídio. A eliminação de toda a nação. Nós temos mais de 100 nacionalidades. Trata-se de destruir e exterminar todas essas nacionalidades", afirmou Zelensky, em declarações ao canal americano CBS.
A Ucrânia já tinha acusado a Rússia de cometer um "massacre deliberado" em Busha, uma cidade no noroeste de Kiev, e outros "horrores" nas regiões que, entretanto, foram libertadas.
"Isto está a acontecer na Europa e no século XXI", reiterou, sublinhando que "toda a nação está a ser torturada".
O governante apelou à retirada das tropas russas do território ucraniano e à negociação entre as duas partes.
"Não posso ter sequer uma reunião enquanto a Rússia prossegue com os bombardeamentos. Quando decidirem um cessar-fogo, podemos encontrar-nos com o Presidente Russo", Vladimir Putin, referiu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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