O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, eleito no domingo para um quarto mandato, descreveu, no discurso de vitória, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a União Europeia como “adversários” com os quais o seu partido, o Fidesz, teve de “lutar”.
“Esta foi uma grande vitória. Pode não ser vista da lua, mas é certamente vista de Bruxelas”, começou por afirmar o líder do partido de extrema-direita.
Orbán, conhecido como um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, esteve sob escrutínio público durante toda a campanha eleitoral, especialmente por não autorizar a passagem de armamento para a Ucrânia através de territórios húngaros.
“Lembraremos esta vitória até ao fim das nossas vidas, porque tivemos de lutar contra uma enorme quantidade de adversários: a esquerda local, a esquerda internacional, burocratas de Bruxelas, todo o dinheiro e instituições do império Soros, os grandes conglomerados da comunicação social e o presidente ucraniano também. Nunca tivemos tantos adversários ao mesmo tempo”, frisou.
No dia das eleições na Hungria, a presidência ucraniana publicou um comunicado onde Zelensky criticou o primeiro-ministro húngaro por ser “praticamente o único na Europa a apoiar abertamente Putin” e por não autorizar a passagem de armamento. “Não pedimos nada de especial de Budapeste. (...) Não recebemos o trânsito essencial para ajudar a defesa, não vimos liderança moral. Não vimos nenhum esforço para parar a guerra! Porquê?”, questionou.
O partido de Orbán conquistou nas eleições de ontem 53% dos votos. A afluência às urnas foi de cerca de 68%.
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