"UE irá avançar, com caráter urgente, com novas sanções contra a Rússia"

Novas sanções surgem depois das imagens de centenas de corpos abandonados nos arredores de Kyiv.

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Notícias ao Minuto com Lusa
04/04/2022 10:30 ‧ 04/04/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Josep Borrell

A União Europeia (UE) vai começar a preparar, com urgência, novas sanções à Rússia, anunciou hoje o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, num comunicado em que condena "as atrocidades" cometidas pelas tropas russas na Ucrânia.

"A União Europeia condena na forma mais veemente possível as reportadas atrocidades cometidas pelas forças aramadas russas em várias cidades ucranianas", começou por afirmar Josep Borrell, referindo-se às imagens que foram partilhadas de corpos abandonadas na rua e em valas comuns.

O chefe da diplomacia europeia continua afirmando que as "imagens assombrosas do grande número de mortes e baixas de civis, bem como a destruição de infraestruturas civis, mostram a verdadeira face da brutal agressão que a Rússia está a travar contra a Ucrânia e o seu povo". 

"Os massacres na cidade de Bucha e noutras cidades ucranianas serão inscritos na lista das atrocidades cometidas em solo europeu", atirou.

Borrell afirmou, ainda, que  a UE apoia a investigação contra os alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade e defende que os responsáveis - incluindo líderes militares e governantes - deverão ser incluídos, reporta a Sky News.

"A UE apoia firmemente a Ucrânia e irá avançar, com caráter urgente, com novas sanções contra a Rússia", garantiu o Alto Representante para a Política Externa do bloco.

A organização dos direitos humanos Human Rights Watch denunciou, no domingo, que nas zonas da Ucrânia sob controlo russo foram feitas "execuções sumárias", entre outros "abusos graves" que podem configurar crimes de guerra.

A retirada das tropas russas do norte de Kiev permitiu ver indícios de alegadas execuções sumárias de várias centenas de civis no subúrbio de Busha e noutras áreas.

A Ucrânia acusou a Rússia de genocídio, alegando ter encontrado os corpos de 410 civis na região de Kiev, atualmente sob controlo ucraniano.

Na cidade de Busha, a noroeste da capital ucraniana, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, de acordo com as autoridades ucranianas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.417 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.038, entre os quais 171 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

 

Leia Também: Rússia diz que imagens de Bucha foram "encomendadas" pelos EUA

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