Presidente alemão reconhece "erro" no apoio ao gasoduto com Rússia

O presidente alemão, Frank Walter Steinmeier, admitiu hoje um "erro" de avaliação, por ter defendido a necessidade de realizar o gasoduto germano-russo Nord Stream 2 quando foi ministro dos Negócios Estrangeiros.

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Lusa
04/04/2022 19:09 ‧ 04/04/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

"Foi claramente um erro", disse Steinmeier, segundo fontes presidenciais citadas pela televisão pública alemã ARD, após críticas da Ucrânia e da Polónia à gestão do político e da ex-chanceler Angela Merkel.

Steinmeier foi ministro da Chancelaria do governo social-democrata de Gerhard Schröder, entre 1999 e 2005.

Foi mais tarde ministro dos Negócios Estrangeiros da conservadora Merkel, entre 2005 e 2009 e depois entre 2013 e 2017, antes de se tornar presidente do país.

No primeiro mandato, o então chanceler Schröder e o aliado político deste, o Presidente russo Vladimir Putin, assinaram o acordo para a construção do primeiro gasoduto, que entrou em operação em 2011.

Depois de Merkel chegar ao poder em 2005, Schröder assumiu o conselho da empresa responsável pelo gasoduto, Nord-Stream, cargo que mantém apesar da pressão atual para romper com Putin.

Em 2011, após a entrada em operação do primeiro gasoduto, foi acordada a construção do Nord Stream 2, para aumentar o transporte direto de gás russo para a Alemanha, através do Báltico.

Esse segundo projeto continuou apesar da anexação da Crimeia, em 2014, por decisão de Merkel e dos parceiros no governo na época, os social-democratas de Steinmeier.

O atual chanceler, o social-democrata Olaf Scholz, suspendeu finalmente a licença para o início de atividade do Nord Stream 2 no dia seguinte à invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, após fortes pressões e críticas à posição muito fraca em relação a Moscovo.

A Alemanha rejeitou categoricamente a possibilidade de declarar um embargo às importações de petróleo, gás e carvão da Rússia por causa da forte dependência de Moscovo para energia.

A Ucrânia criticou a posição, e o Presidente Volodymyr Zelensky, desafiou no domingo Merkel a "visitar Bucha" para ver no terreno as atrocidades cometidas pelas tropas russas naquela cidade.

O Governo polaco também pediu a Berlim que endureça as sanções contra a Rússia e interrompa as importações de gás, petróleo e carvão russos. 

Leia Também: Dois terços das tropas russas já saíram da região de Kyiv, diz Pentágono

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