Dmitry Medvedev, um dos aliados mais próximos de Vladimir Putin e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, afirmou esta terça-feira que os relatos de crimes cometidos contra civis ucranianos em Bucha são “falsificações” da “propaganda falsa” da Ucrânia do Ocidente para desacreditar a Rússia.
“São falsificações que amadureceram na imaginação cínica da propaganda ucraniana”, afirmou Medvedev, que serviu como presidente da Rússia entre 2008 e 2012 e primeiro-ministro entre 2012 e 2020, à Reuters. “Foram inventadas por grandes quantias de dinheiro.”
Também esta terça-feira, Vyacheslav Volodin, líder do parlamento federal russo (Duma), defendeu que a “situação em Bucha é uma provocação destinada a desacreditar a Rússia.” “Washington e Bruxelas são os realizadores e diretores e Kyiv é o ator. Não há fatos, apenas mentiras”, disse à agência de notícias.
A posição dos dois responsáveis surge depois de o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, negar as acusações da Ucrânia sobre crimes contra civis e alegar que foram encontrados sinais de “falsificações nos vídeos” e imagens “falsas” divulgadas pelas autoridades ucranianas. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou que as imagens são “provocações criminais de soldados e radicais ucranianos.”
Assinala-se esta terça-feira o 41.º dia da invasão russa da Ucrânia. Pelo menos 2.097 civis morreram e 1.430 ficaram feridos, segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU). A guerra já levou à fuga de mais de dez milhões de pessoas, 4,1 milhões das quais para países vizinhos.
Leia Também: AO MINUTO: "Ataque em grande escala" em Lugansk?; 18 jornalistas mortos