Após a divulgação das imagens de destruição em Bucha, na Ucrânia, vão se conhecendo agora historias mais pormenorizadas sobre o que está a acontecer nas cidades por onde, alegadamente, as tropas russas estão a passar e a espalhar o terror.
A mais recente é partilhada pelo The Independent - que começa por afirmar que embora haja historias difíceis de ler, têm de ser contadas.
A par das centenas de corpos encontrados nas ruas da cidade, Alla Minorava, de 89 anos, foi encontrada morta na sua própria cama, na sua casa.
A mulher terá sido morta a 25 de março e foi encontrada com as mãos atadas. Quando saíram da casa, os militares russos anunciaram que a tinham matado.
"Não disseram porque é que a alvejaram. É difícil de pensar num motivo. Ela era uma mulher idosa, dificilmente seria uma ameaça para eles", afirma Sergei Malyk, um vizinho da mulher que acrescenta que se estão a cometer muitos homicídios "sem sentido".
Segundo a mesma fonte, os netos da mulher estariam escondidos num abrigo debaixo da casa e puderam ouvir os militares a destruir alguns itens da casa. "Estão traumatizados", partilha.
Sergei afirma que ele próprio esteve em risco de ser morto. O homem, de 50 anos, foi feito refém pelos militares e diz que chegou a ter uma arma apontada à cabeça. Contudo, acredita que uma tatuagem, que indica que pertenceu à marinha, foi o que o salvou. "quando a viram largaram-me e foram embora", diz.
Centenas de civis mortos foram encontrados em Bucha, uma cidade a 60 quilómetros de Kyiv, espalhados na rua, nalguns casos com as mãos amarradas nas costas e atirados em valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes quando abandonaram a cidade.
Moscovo rejeitou qualquer responsabilidade e disse que foi feita uma encenação por Kyiv.
Algumas imagens foram mostradas depois de as autoridades terem admitido estarem a fazer vídeos para documentar provas dos alegados crimes de guerra, provocando uma condenação internacional quase unânime.
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