"Não há outros países que estejam mais próximos da NATO, que tenham trabalhado tão de perto connosco durante tantos anos, em termos de interoperabilidade e exercícios militares, além de que sabemos que cumprem os nossos requisitos ao nível do controlo político democrático civil das instituições de segurança e das forças armadas. Essa é a razão pela qual acredito que um eventual processo de adesão para estes países pode ser bastante rápido", disse Jens Stoltenberg.
O secretário-geral, que falava à chegada ao quartel-general da NATO, em Bruxelas, para uma reunião de dois dias dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança -- que contará também com a participação de Finlândia e Suécia, como tem ocorrido -, sublinhou por várias vezes que "cabe à Finlândia e à Suécia decidirem se querem candidatar-se a ser membros ou não".
"Caso decidam candidatar-se, a minha expectativa é que todos os aliados os acolham. E, tendo em conta que Suécia e Finlândia são os nossos mais próximos parceiros [...], sabemos que podem facilmente aderir a esta Aliança se decidirem candidatar-se", reforçou.
Questionado sobre as garantias de segurança que podem ser dadas aos dois países no período intermédio entre uma eventual candidatura e o encerramento do processo -- durante o qual poderiam estar particularmente vulneráveis a represálias da Rússia -, Jens Stoltenberg disse estar "certo de que é possível encontrar formas de dar resposta a preocupações que possam ter" relativamente a esse período até à "ratificação final".
"Penso que não ajuda eu estar a especular na praça pública sobre como podemos ao certo fazer isso, até porque antes de mais é preciso saber se querem aderir. Mas estou confiante de que se decidirem fazê-lo, sentar-nos-emos e seremos capazes de encontrar uma forma de lidar com essa questão. Mas, repito, cabe à Suécia e Finlândia decidirem", disse.
Suécia e Finlândia já foram alvo de ameaças de Moscovo no quadro dos debates em curso sobre a possível adesão à NATO, relançados com a invasão da Ucrânia pela Rússia, após Kremlin ter exigido que Kiev renunciasse à pretensão de aderir à Aliança.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
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