Nos termos de um acordo alcançado na terça-feira pelos partidos da maioria, o orçamento vai aumentar gradualmente para além dos 7.000 milhões de euros anuais, uma subida superior a 2.000 milhões de euros em comparação com o orçamento já votado para 2022.
"Estamos perante uma nova situação. Tudo a que estamos habituados está agora em questão. O ataque da Rússia à Ucrânia significa que temos de reavaliar as nossas necessidades de defesa", disse o ministro da Defesa finlandês, Antti Kaikkonen, em conferência de imprensa.
O país nórdico, que partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia, vai aumentar o seu financiamento militar em cerca de 800 milhões de euros em 2023 e depois em quase 400 milhões por ano até 2026, segundo o acordo.
A maior parte deste esforço orçamental vai para novas armas e equipamento, como armas antitanque, armas antiaéreas, mísseis e munições, entre outros, de acordo com Kaikkonen.
O anúncio chega numa altura em que a Finlândia, até agora não-alinhada, considera uma proposta para se juntar à NATO.
Nas últimas semanas, assistiu-se a um aumento significativo do apoio da população e político em relação à adesão à aliança.
Um livro branco de defesa destinado a esclarecer a decisão política deve ser publicado na próxima semana.
Os líderes finlandeses, incluindo o Presidente, Sauli Niinisto, realizaram extensas conversações com quase todos os 30 membros da NATO, cuja aprovação unânime é necessária para uma possível adesão.
A Finlândia, tal como a vizinha Suécia, que também não integra a aliança, está associada à Aliança Atlântica desde meados dos anos 1990 através da Parceria para a Paz.
A invasão da Ucrânia colocou de novo em cima da mesa a questão da adesão da Suécia à NATO.
Depois de inicialmente expressar preferência por se manter fora de alianças militares, a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, disse na semana passada que "não exclui" uma candidatura à NATO, após uma "análise profunda" a nível político.
Moscovo tem ameaçado Helsínquia e Estocolmo durante anos com "graves consequências políticas e militares" em caso de adesão.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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