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Um jovem morto por manifestantes contra a criminalidade na África do Sul

Um homem foi morto por manifestantes que denunciavam a inação das autoridades face à violência e à criminalidade num município de Joanesburgo, anunciou hoje a polícia sul-africana.

Um jovem morto por manifestantes contra a criminalidade na África do Sul
Notícias ao Minuto

13:14 - 07/04/22 por Lusa

Mundo Joanesburgo

Segundo dois media locais, a vítima é um imigrante zimbabueano.

O homicídio ocorre num momento de crescente revolta popular contra a criminalidade.

Os protestos dirigem-se por vezes contra os imigrantes, que a população responsabiliza pelo aumento dos crimes e da violência.

Na quarta-feira, os manifestantes saíram à rua no município de Diepsloot, após a notícia de que sete pessoas teriam sido mortas na zona no fim de semana anterior.

Os manifestantes, em fúria contra a polícia, que acusam de não fazer o suficiente para parar a criminalidade, desfilaram pelas ruas com cânticos e cartazes, queimaram pneus e acamparam em frente da esquadra da polícia.

Durante a noite, um pequeno grupo de manifestantes foi bater de porta em porta para verificar os documentos de identificação dos residentes, disse a porta-voz da polícia, Brenda Muridili, citada pela estação pública SABC.

Quando chegavam perto de uma casa, um jovem saiu e fugiu, mas os populares "seguiram-no e infelizmente ele morreu", explicou.

O crime ocorreu horas após uma visita à zona do ministro da polícia, Bheki Cele, e do seu chefe da polícia.

A criminalidade na África do Sul, um dos países mais violentos do mundo, agravou-se ainda mais no final de 2021, registando 74 mortes e 122 queixas por violação por dia no último trimestre, segundo o Governo.

Desde janeiro, um movimento chamado "Operação Dudula" ("Reprimir", em zulu) reúne centenas de militantes anti-imigração em cada manifestação.

Esta mobilização é alimentada pelo ressentimento de uma parte da juventude sul-africana vítima da alta taxa de desemprego (mais de 35% da população), e pela implicação dos imigrantes em alguns crimes.

A África do Sul é regularmente palco de surtos xenófobos.

Só 2008, 62 pessoas morreram em protestos deste género, confrontos que se repetiram em 2015, 2016 e 2019.

Leia Também: África do Sul acusa ONU de prejudicar países em desenvolvimento

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