Durante a audiência que manteve com o rei de Marrocos, Sánchez "reafirmou a posição de Espanha sobre o 'dossier' do Saara, considerando a iniciativa marroquina de autonomia a base mais séria, realista e credível para a resolução do conflito", lê-se num comunicado divulgado após a reunião entre ambos no palácio real de Rabat.
A nota, citada pela agência noticiosa espanhola Efe, explica que o monarca marroquino e o primeiro-ministro espanhol reiteraram a intenção de abrir uma nova etapa nas relações entre os respetivos países "assente no respeito mútuo, na confiança recíproca, na concertação permanente e na cooperação franca e leal".
Por seu lado, fontes espanholas afirmaram que, na reunião, foi confirmada a intenção de aprofundar as relações nesta nova fase e destacaram a grande cordialidade do encontro com o rei.
A conversa entre os dois responsáveis decorreu tanto em espanhol como em francês, segundo estas fontes, que indicaram que o monarca comentou ser Sánchez o primeiro chefe do executivo espanhol a pernoitar em Rabat, tanto quanto recordava.
No encontro no palácio real marroquino, participaram igualmente o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, e o embaixador de Espanha em Marrocos, Ricardo Díaz-Hochleitner.
O rei de Marrocos esteve acompanhado do seu conselheiro, Fuad Ali Himma, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Nasser Burita, e da embaixadora marroquina em Espanha, Karima Beyaich.
Espanha, que ainda é considerada a potência administrativa colonial do Saara ocidental desde que abandonou o território, em 1975, defendeu durante muito tempo que o controlo de Marrocos sobre o Saara ocidental era uma ocupação e que a realização de um referendo patrocinado pela ONU deveria ser a forma de decidir a descolonização do território.
Mas, em março deste ano, mudou de ideias, tendo Pedro Sánchez enviado a Mohammed VI uma carta reconhecendo "a importância da questão do Saara para Marrocos" e considerando uma proposta para criar um Saara ocidental autónomo controlado por Rabat a iniciativa "mais séria, realista e credível" para solucionar décadas de disputa pelo vasto território.
Na sua missiva ao monarca, Pedro Sánchez destacou igualmente os "esforços sérios e credíveis de Marrocos, no quadro das Nações Unidas, para encontrar uma solução mutuamente aceitável" para a disputa com a Frente Polisário pela ex-colónia espanhola.
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