"Este é um passo importante para chegar à UE", disse Von der Leyen a Zelensky quando lhe entregava o documento com as perguntas que terão de ser respondidas por Kiev, necessárias para o início do processo, no decurso de uma conferência de imprensa no palácio presidencial de Kiev.
"Aqui começa o caminho em direção à UE", prometeu a chefe do executivo comunitário, ao garantir ao chefe de Estado ucraniano que a análise da candidatura por parte da Comissão "não vai ser, como sempre, uma questão de anos, mas antes de semanas".
O Presidente ucraniano, por seu turno, assegurou que o Governo de Kiev responderá às perguntas colocadas por Bruxelas "o mais depressa possível".
No decurso da cimeira dos líderes europeus que decorreu no Palácio de Versalhes, arredores de Paris, em 10 e 11 de março, a Comissão recebeu o mandato do Conselho para elaborar um relatório sobre o cumprimento dos critérios de adesão pela Ucrânia, e ainda pela Geórgia e pela Moldova.
Nesse encontro, os chefes de Estado e de governo da UE não conseguiram chegar a acordo para conceder à Ucrânia o estatuto de país candidato quando Bruxelas concluir o seu relatório, uma decisão que requer a unanimidade entre os Vinte e Sete.
Aqueles critérios são essenciais para validar o relatório prévio à concessão do estatuto de país candidato e que incluem o respeito pelos valores fundamentais da UE, a existência de instituições que garantam a democracia e uma economia de mercado.
Em 28 de fevereiro, Zelensky assinou o documento que solicita a Bruxelas a adesão da Ucrânia à União com o processo a ser completado em apenas sete dias.
Iniciativas semelhantes de países dos Balcãs ocidentais tiveram de esperar, no mínimo, meses para o início do mecanismo após o seu pedido de adesão.
"Apoiaremos sempre a Ucrânia", assegurou Von der Leyen, que nesta visita de um dia a Kiev foi acompanhada pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A ex-ministra da Defesa alemã também manifestou a convicção de que a Ucrânia "ganhará esta guerra, ganhará a democracia e a liberdade" e prometeu uma colaboração conjunta com Kiev "para reconstruir o país depois da guerra".
A presidente da Comissão europeia considerou ainda que a Rússia está ameaçada de "decomposição" devido a sanções cada vez mais severas, enquanto a Ucrânia tem um "futuro europeu".
"A Rússia vai cair na decomposição económica, financeira e tecnológica, enquanto a Ucrânia caminha para um futuro europeu", disse no decurso da conferência de imprensa conjunta com Zelensky.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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