Guiné-Conacri: Coligação quer julgamento rápido de Alpha Condé
Uma coligação da Guiné-Conacri, que durante meses lutou contra o ex-Presidente Alfa Condé, instou hoje a junta no poder a abrir imediatamente o processo do antigo chefe de Estado, após o seu regresso do estrangeiro.
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Mundo Poder
Alpha Condé, 84 anos, afastado do poder em setembro de 2021 pelo coronel Mamady Doumbouya e os seus homens, regressou ao país na sexta-feira, após três meses nos Emirados Árabes Unidos, com o acordo da junta, para tratamento.
Um documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros guineense, citado pela agência de notícias AFP, indica que foram as autoridades de Conacri que pediram o regresso do ex-Presidente, por considerarem que as suas ações constituíam uma "ameaça".
As autoridades guineenses publicaram fotografias nas redes sociais de Alpha Condé a sair do avião à chegada à capital do país, segundo explicaram.
A Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC) divulgou hoje um comunicado apelando ao poder judicial a "fazer todo o possível para abrir, sem demora, o julgamento dos crimes de sangue" cometidos, disse, por "Alpha Conde e os seus capangas".
O coletivo orquestrou meses de mobilização em 2019-2020 contra um terceiro mandato do Presidente. A contestação, que foi brutalmente reprimida várias vezes, deixou dezenas de civis mortos sem impedir uma nova investidura de Alpha Condé em dezembro de 2020.
Alpha Condé deixou o país em meados de janeiro para tratamento. A junta terá estado relutante em deixá-lo ir para o estrangeiro, temendo o envolvimento em atividades contra o novo poder.
A divulgação, em março, de uma gravação atribuída ao antigo chefe de Estado, falando da necessidade de o partido de Alpha Condé de se preparar para a guerra na expectativa de uma grave deterioração da situação na Guiné-Conacri, em particular devido à alta de preços, causou muita polémica.
A autoria das observações nunca foi contestada.
Um documento diplomático datado de 23 de março e dirigido à embaixada dos Emirados em Conacri diz que as recentes ações de Alpha Condé constituem "uma ameaça à paz e estabilidade" na Guiné e violam os termos de um compromisso da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) atuando como garante do antigo presidente.
A carta exigia que Alpha Condé fosse voltasse para o país "o mais depressa possível".
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