Acordo Nuclear. Irão acusa EUA de tentarem impor novas condições
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, acusou hoje os Estados Unidos de tentarem "impor novas condições" durante as negociações em Viena sobre o restabelecimento do acordo nuclear de 2015.
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"Relativamente ao levantamento das sanções, eles [os norte-americanos] estão interessados em impor novas condições fora das negociações", disse Hossein Amir-Abdollahian, citado pela agência noticiosa oficial IRNA.
"Nas últimas duas ou três semanas, o lado norte-americano fez exigências excessivas que contradizem certos parágrafos do texto", apontou ainda o governante iraniano sem adiantar mais detalhes.
O acordo nuclear assinado em 2015 limitou o programa nuclear do Irão, destinado a impedir que Teerão tenha capacidade para obter uma bomba atómica, em troca do levantamento das sanções económicas.
Esse pacto ficou em causa depois de, em 2018, o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ter abandonado unilateralmente e retomado as sanções contra o Irão. Em sequência, Teerão começou a renunciar ao pacto e acelerou os seus esforços nucleares e o enriquecimento de urânio.
Desde abril de 2021, com o objetivo de salvar o pacto nuclear, realizaram-se negociações em Viena entre o Irão e a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China, com a participação indireta dos Estados Unidos.
As negociações foram interrompidas em março depois de a Rússia ter exigido garantias de que as sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia não prejudicariam seu comércio com o Irão.
Alguns dias depois, Moscovo disse ter recebido as garantias necessárias, refere a AFP.
"Estávamos prestes a concluir as discussões técnicas com os três países europeus, mas ao mesmo tempo tínhamos que lidar com a guerra na Ucrânia", declarou Amir-Abdollahian.
As negociações para retomar o acordo progrediram, mas as questões pendentes continuam sem solução.
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