Paquistão. Shehbaz Sharif é o candidato da oposição a primeiro-ministro
A oposição do Paquistão nomeou hoje Shehbaz Sharif, irmão do líder e antigo primeiro-ministro exilado Nawaz Sharif, para candidato a primeiro-ministro na Assembleia Nacional, cuja maioria destituiu sábado daquele cargo Imran Khan.
© AAMIR QURESHI/AFP via Getty Images
Mundo Paquistão
Shehbaz Sharif, presidente da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N) e líder da oposição na Assembleia Nacional (câmara baixa), perfila-se assim como o próximo chefe do Governo designado para completar o mandato de Imran Khan, que devia terminar em meados de 2023.
Por seu lado, o até ao momento governante do Paquistão, Tehreek-e-Insaf, do Movimento para a Justiça (PTI), que se encontra agora na oposição, nomeou Shah Mahmood Qureshi, que até sábado exerceu o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo do PTI e que defendeu Imran Khan até ao último minuto.
"Shehbaz Sharif apresentou os documentos de nomeação em nome da oposição conjunta ao chefe da câmara baixa e Shah Mahmood Qureshi apresentou a documentação para o PTI", disse à agência Efe Khalid Hussain, da secretaria parlamentar.
Shehbaz Sharif é o homem que está por trás da moção de censura que, no sábado, obteve 174 de votos dos legisladores, causando a destituição prematura de Imran Khan da chefia do governo.
A sessão para votação do novo primeiro-ministro decorrerá na segunda-feira às 11:00 locais (07:00 em Lisboa), segundo as previsões da Assembleia Nacional.
O presidente do PLM-N conta já com uma maioria virtual depois da aliança formada com os opositores do Partido Popular do Paquistão (PPP), com o Jamiat Ulema-e-Islam (JUI), e o movimento dissidente Muttahida Qaumi Movement-P(MQM-P), que foi crucial na moção de censura ao romper a aliança com o partido de Khan.
"Não nos vingaremos de ninguém", prometeu, no sábado, o líder da Liga Muçulmana depois de terem sido anunciados os resultados da moção contra o seu rival.
A situação atual no Paquistão ocorre após duas semanas turbulentas, agitadas pelas tácticas de Khan para impedir a votação da moção de censura que deveria ter ocorrido no passado dia 03.
No entanto, no contexto de uma alegada "conspiração internacional" e referindo-se a um artigo da Constituição que exigia lealdade ao Estado, a votação foi negada.
Khan pediu então ao Presidente paquistanês, Arif Alvi, que dissolvesse a câmara baixa, com o que este concordou, o que implicaria a realização de eleições antecipadas no prazo de 90 dias.
No entanto, na última quinta-feira, o Supremo Tribunal declarou a moção inconstitucional e ordenou a realização de uma nova sessão do parlamento, que ocorreu no sábado para que fosse votada a moção de censura. A votação ocorreu já depois da meia-noite, culminando um dia longo de discursos e adiamentos contínuos.
Viabilizada com o voto de 174 dos 342 legisladores (eram necessários pelo menos 172), a moção levou a que Khan fosse o primeiro chefe de governo paquistanês a ser destituído pelo parlamento.
Khan seguiu assim o destino de todos os primeiros-ministros do Paquistão desde a independência do império britânico em 1947, em que nenhum foi capaz de completar o mandato, quer devido a golpe político, destituição ou assassínio.
Leia Também: Primeiro-ministro do Paquistão derrubado por moção de censura
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com