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Esperança e entusiasmo marcam noite eleitoral de Marine Le Pen

Esperança e entusiasmo marcaram a noite eleitoral de Marine Le Pen com militantes seguros de uma vitória na segunda volta, para a qual os dirigentes partidários contam com o descontentamento face a Emmanuel Macron de vários quadrantes políticos.

Esperança e entusiasmo marcam noite eleitoral de Marine Le Pen
Notícias ao Minuto

23:45 - 10/04/22 por Lusa

Mundo Presidenciais francesas

Os dois candidatos qualificaram-se hoje para a segunda volta, dentro de duas semanas, com entre 28,1 e 29% dos votos para o Presidente cessante e entre 23,3 e 24,2% para a líder da União Nacional (extrema-direita), de acordo com as estimativas.

A noite eleitoral de Marine Le Pen decorreu num chalé no Bosque de Vincennes, em Paris, mas muito antes de serem conhecidas as sondagens à boca das urnas, já os militantes se mostravam entusiasmados e faziam a festa com flûtes de champanhe na mão.

"Neste momento, Marine Le Pen tem um verdadeiro perfil de Presidente da República. Acredito na sua vitória porque é uma mulher política experiente, responsável e há muito tempo que ela está em contacto com as pessoas. Ela é séria e estável", considerou Gabriel, militante da União Nacional, em declarações à agência Lusa.

Para a segunda volta, a 24 de abril, Marine Le Pen quer ir buscar votos onde lhe for possível para ultrapassar Emmanuel Macron. Para isso, tal como tem feito até agora, vai continuar a seduzir à direita, mas especialmente à esquerda.

"(O candidato de extrema-direita Eric) Zémmour queria fazer uma união da direita, nós sempre achámos que o importante é juntar franceses de esquerda ou de direita. Esta é a estratégia que é vencedora e que será ainda mais importante na segunda volta. A mensagem de Marine é que é preciso sair da lógica do aparelho e desta lógica de esquerda ou de direita", disse Gilles Pennelle, membro do Conselho Nacional do partido União Nacional.

No seu discurso hoje à noite, Marine Le Pen não hesitou em dizer que quer ser a Presidente de todos os franceses, apelando a todas as pessoas que estão contra Emmanuel Macron para se juntarem a ela, independentemente da cor política e origem.

"Acho que há muitas pessoas que votaram por Zémmour que vão estar com Marine Le Pen, naturalmente. É preciso é saber como se vão comportar os eleitores de (candidato de esquerda radical Jean-Luc) Mélenchon, eles têm a chave desta eleição e isso não me surpreende porque os dois defendem um Estado forte. Marine é também uma candidata de esquerda", disse Florian, militante da União Nacional.

No entanto, ao contrário de 2017, Mélenchon disse esta noite aos seus apoiantes, cerca de 21% dos franceses, que não se deve dar "um único voto a Marine Le Pen".

A União Nacional conta que o repúdio dos franceses em relação ao Presidente seja maior que a fidelidade aos candidatos derrotados, fazendo cair pela primeira vez a 'barreira republicana' que desde 2002 tem impedido a extrema-direita de chegar ao poder no país.

"Há pessoas que votaram em Macron contra Marine há cinco anos, que vão votar em branco. Em 2017 havia gente de direita e de esquerda que votou em Macron, mas ele agora encostou-se à direita, sendo ainda mais rejeitado pelo eleitorado popular de esquerda", assinalou Gilles Pennelle.

Quanto a Eric Zémmour, o comentador político que se bateu nos últimos meses pelo domínio da extrema-direita francesa, apelou ao voto em Marine Le Pen, mas a União Nacional não pretende nenhum tipo de aproximação formal.

Questionado sobre os 'desertores' que deixaram Marine Le Pen por Zémmour, como Marion Marechal, sobrinha da candidata, o dirigente do União Nacional é sucinto.

"Devem estar bem arrependidos", disse Gilles Pennelle, numa referência ao resultado de Zémmour na primeira volta que decorreu hoje e que as sondagens dão como tendo conseguido apenas 7% dos votos.

Os festejos na sede de Marine Le Pen continuam noite dentro, com a candidata a preparar agora a campanha para a segunda volta, que incluirá um debate com Emmanuel Macron.

As sondagens reveladas esta noite por diferentes meios de comunicação dão vantagem ao atual Presidente numa segunda volta, mas Marine Le Pen continua a estar mais próxima do que nunca de entrar no Eliseu.

Leia Também: Emmanuel Macron pode ganhar segunda volta, indicam sondagens

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