Em declarações à Lusa, após ter reunido, hoje de manhã, com os responsáveis da delegação da CPLP, que, na semana passada, se deslocou àquele Estado-membro, para desenvolver ações de capacitação e formação na área dos direitos humanos e sociedade civil, - uma reunião na qual também esteve presente o secretário executivo da organização, Zacarias da Costa - Manuel Lapão afirmou que a comunidade "pondera envolver" parceiros como a ONU e a União Europeia em futuras ações deste tipo naquele país.
"Tanto quanto nos foi dado a perceber, a CPLP é uma organização extremamente prestigiada na Guiné Equatorial", afirmou.
De tal modo que "as Nações Unidas [escritório da ONU em Malabo], quando perceberam que estávamos a fazer uma intervenção na área dos direitos humanos, juntaram-se a nós e ficaram extremamente surpreendidos com a abertura do país para receber este tipo de formação e capacitação, que já teriam tentado em outras ocasiões, mas que a Guiné Equatorial sempre rejeitou", acrescentou.
Segundo Manuel Lapão, o mesmo aconteceu com a União Europeia. Assim, "eles querem avançar nessas coisas, mas só o fazem se vierem pela via da CPLP", concluiu.
Por isso, no planeamento da CPLP para as próximas ações de formação e capacitação na Guiné Equatorial, "o que faz sentido é, se eles, que tem os recursos, as terminologias e as metodologias", entrem naquilo que é "a componente de formação", da comunidade, defendeu.
Para já, a organização vai elaborar o relatório das atividades agora realizadas pelas duas delegações que este ano se deslocaram à Guiné Equatorial com o objetivo de acelerar a implementação dos sete eixos do PAIGE, e pondera fazer "novas atividades de seguimento e reforço destas".
Quanto ao que lhe foi reportado hoje de manhã pelos elementos que integraram a última delegação, que regressou este fim de semana a Lisboa, Manuel Lapão considerou ter sido "amplamente positivo".
"A equipa reporta-nos que não houve qualquer limitação ao trabalho com os formandos, que estes estiveram totalmente disponíveis para abordar toda e qualquer questão, não sentindo que tenha existido qualquer margem para limitar a liberdade opinião e de expressão", afirmou.
Na aérea da capacitação e formação em direitos humanos, Manuel Lapão considerou que apenas "ficou a faltar um público expectável, o universitário, estudantes e professores", que não foi atingido.
"Gostaríamos de criar apetência para que nas Universidades [da Guiné Equatorial] se estudasse mais os direitos humanos", sublinhou.
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