"Ele sabe muito sobre os preparativos da Rússia para a guerra", afirmou Oleksiy Arestovych, numa declaração transmitida, na terça-feira à noite, no canal YouTube do ativista da oposição russa Mark Feygin.
O conselheiro do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse também que o político ucraniano pró-russo foi detido fora de Kiev.
A detenção foi anunciada na terça-feira pelo próprio Zelensky na rede social Telegram, com uma mensagem acompanhada de uma foto de Medvedchuk, sentado, algemado e vestido com roupas militares com um crachá com a bandeira ucraniana.
Horas depois, Zelensky propôs à Rússia a sua troca por ucranianos capturados pelas forças russas na Ucrânia.
"Proponho à Federação Russa que troque este seu homem pelos nossos filhos que estão agora em cativeiro russo", disse Zelensky no seu discurso regular divulgado à noite na página da presidência na Internet.
"Por conseguinte, é importante que as nossas forças policiais e militares também considerem esta possibilidade", acrescentou.
Medvedchuk, 67 anos, estava sob prisão domiciliária desde maio de 2021, após ter sido acusado de "alta traição" e "tentativa de roubo de recursos naturais na Crimeia", a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
Em 26 de fevereiro, dois dias após o início da invasão russa da Ucrânia, a polícia ucraniana notificou o seu desaparecimento durante uma visita de controlo.
Putin é padrinho de uma das filhas de Medvedchuk, considerado a 12.ª pessoa mais rica da Ucrânia pela revista Forbes em 2021, com 620 milhões de dólares (cerca de 572 milhões de euros).
Viktor Medvedchuk é fundador do partido pró-Rússia Plataforma da Oposição -- Pela Vida, que tinha 34 dos 450 deputados ao parlamento ucraniano antes de ser banido em março.
Na sequência da invasão russa e da imposição da lei marcial no país, Zelensky suspendeu a atividade de vários partidos políticos com ligações à Rússia.
O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitry Peskov, recusou na terça-feira comentar a detenção de Medvedchuk às agências de notícias russas, alegando que "há muitas alegações falsas vindas da Ucrânia" que têm de "ser verificadas primeiro".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número ainda por determinar de baixas civis e militares.
A guerra, que entrou hoje no 49.º dia, levou à fuga de mais de 11 milhões de pessoas, incluindo 4,6 milhões para países vizinhos.
A comunidade internacional reagiu à invasão russa com sanções económicas e políticas contra Moscovo, e com o fornecimento de armas a Kiev.
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