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Nova Iorque. Autor de tiroteio fez vídeos a falar em armas e saúde mental

“Estou atualmente com 63 anos, cheio de ódio, cheio de raiva e cheio de amargura”, afirmou.

Nova Iorque. Autor de tiroteio fez vídeos a falar em armas e saúde mental
Notícias ao Minuto

16:25 - 13/04/22 por Notícias ao Minuto

Mundo EUA

O homem procurado no âmbito do ataque que ocorreu, na terça-feira, numa estação de metro em Nova Iorque, nos Estados Unidos, tinha vários vídeos no YouTube onde falava sobre saúde mental, raça, armas e nos quais criticava Eric Adams, ‘mayor’ de Nova Iorque.

Frank R. James, que foi descrito pela polícia como “pessoa de interesse” no caso, disse nos vídeos, segundo o New York Post, que sofria de uma doença mental diagnosticada. No mês passado, o homem terá alertado para o facto de estar a entrar na “zona de perigo”.

"Senhor ‘mayor’, sou vítima do seu programa de saúde mental”, disse James, num longo vídeo, citado pelo mesmo jornal. 

“Estou atualmente com 63 anos, cheio de ódio, cheio de raiva e cheio de amargura”, acrescentou, criticando também Eric Adams por falta de medidas para combater a situação dos sem-abrigo.

“Eric Adams, Eric Adams: O que estás a fazer, irmão? O que está a acontecer com esta situação de sem-abrigo”, questionou, referindo-se depois ao metro. “Todas as carruagens onde ia estavam cheias de moradores de rua. Foi muito mau, não conseguia nem ficar de pé. Tive de continuar a mudar de carruagem”, indicou.

Nos vídeos em questão, o homem admitiu que tinha uma doença mental diagnosticada e apelidou os serviços de saúde mental de Nova Iorque de “show dos horrores”. 

“O que está a acontecer naquele sítio é violência”, alegou sobre uma instalação onde terá sido atendido.

“Não é violência física (…) mas o tipo de violência que uma criança experimenta na escola primária… que o faria pegar numa arma e atirar contra as mães”, afirmou.

Frank R. James abordou ainda questões raciais e falou sobre a invasão à Ucrânia, alegando que a guerra é a prova de que os negros são tratados com “desdém” na sociedade.

“Esses filhos da mãe brancos, é isso que eles fazem”, disse. “No fim de contas, eles matam e cometem genocídio uns contra os outros (…) É apenas uma questão de tempo até que esses filhos da mãe brancos decidam: ‘Ei, escute. Já é suficiente(…)’”, refere. “E o que vais fazer? Vais lutar. E adivinha? Vais morrer. Porque ao contrário do presidente da Ucrânia, ninguém te apoia. O mundo inteiro está contra ti. E tu estás contra ti. Então, por que deverias estar vivo é novamente a pergunta. Por que um negro deveria estar vivo neste planeta? Além de colher algodão ou cortar cana-de-açúcar ou tabaco”, continua.

O homem diz que as únicas respostas que encontra estão na violência e no crime.

“E então a mensagem para mim é: Deveria ter pegado numa arma e começado a atirar nos filhos da mãe”, afirmou.

Recorde-se que o tiroteio ocorreu durante a hora de ponta, na estação de metro de Brooklyn. Um homem, com uma máscara de gás e vestido com um colete de construção civil, lançou fumo numa carruagem e começou a disparar indiscriminadamente contra pessoas na carruagem e na plataforma. As autoridades têm vindo, desde então, a  encontrar várias provas, incluindo aquela que será a arma do crime, e continuam à procura do suspeito.

Pelo menos 23 pessoas foram hospitalizadas devido ao ataque.

Leia Também: Quem é Frank R. James, o suspeito do tiroteio no metro de Nova Iorque?

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