Nauseda e os seus homólogos polaco, Andrzej Duda, estónio, Alar Caris, e letão, Egils Levits, viajaram juntos de comboio para a Ucrânia, com o objetivo de apoiar o Presidente Volodymyr Zelensky num momento decisivo para o país, declarou na manhã de hoje a presidência polaca.
"Foi aqui que o lado sombrio da humanidade demonstrou a sua face", escreveu na rede social Twitter o chefe de Estado lituano após uma escala em Borodianka, destruída pelos combates e onde Kiev assegura terem sido registados atentados aos direitos humanos pelas forças russas.
Este local "está impregnado de dor e sofrimento. Civis ucranianos foram assassinados e torturados aqui", disse Nauseda, afirmando que "os brutais crimes de guerra cometidos pelo exército russo não ficarão impunes. Os criminosos de guerra devem ser perseguidos a nível internacional".
"Devemos ganhar esta guerra", insistiu o Presidente lituano.
Os detalhes da visita não foram divulgados por motivos de segurança.
Antes de embarcarem para Kiev, os quatro chefes de Estado encontraram-se no final da tarde de terça-feira em Rzeszow, sudeste da Polónia e perto da fronteira ucraniana, para uma cimeira extraordinária destinada a manifestar solidariedade com a Ucrânia.
O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que na terça-feira visitou Varsóvia, também admitiu a possibilidade de viajar para Kiev com os outros chefes de Estado, mas o Governo ucraniano terá indicado que não pretendia recebê-lo.
"Estava pronto para o fazer, mas, aparentemente, e devo ter isso em conta, não era desejado em Kiev", sublinhou Steinmeier, criticado pela parte ucraniana devido às relações mantidas nos últimos anos com a Rússia, quando chefiava a diplomacia da Alemanha.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,6 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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