"Temos um problema na chancelaria. A Alemanha deve começar a enviar o que a Ucrânia precisa, incluindo armas pesadas", disse hoje o deputado Anton Hofreiter, presidente da Comissão de Assuntos Europeus do parlamento alemão (Bundestag), à RTL, citado pela agência noticiosa Efe.
O deputado acrescentou que Scholz falou "de um ponto de viragem histórico", mas que "não é suficientemente consistente".
"Precisamos de mais liderança. Estamos a perder reputação entre todos os nossos vizinhos", afirmou.
Hofreiter mostrou-se também defensor de que a Alemanha não continue a resistir a um embargo ao petróleo e ao gás russos.
O deputado dos Verdes ressalvou que não defende o envio de armas pesadas de forma leviana, mas que o país está "perante uma guerra brutal de extermínio" e que se tem "de exercer tanta pressão quanto possível para que a política do Governo mude".
A ministra dos Negócios Estrangeiros, também dos Verdes, Annalena Baerbock, pronunciou-se em várias ocasiões a favor do envio de armas pesadas para a Ucrânia.
A presidente da Comissão de Defesa, a liberal Marie-Agnes Strack-Zimmermann, também pediu a Scholz para mostrar mais liderança dentro da coligação.
"Ele precisa de dizer com clareza o que quer, para que os ministérios possam coordenar-se", afirmou Strack-Zimmermann ao Die Welt.
Hofreiter e Strack-Zimmermann estiveram esta semana na Ucrânia com o especialista em política externa do Partido Social-Democrata, Michael Roth, tendo visitado soldados feridos num hospital militar e tido encontros com deputados ucranianos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,6 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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