Autoridades de Mariupol acusam russos de exumar e cremar corpos de civis

Os ucranianos acreditam que russos estão a tentar esconder provas das atrocidades cometidas na cidade.

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© ALEXANDER NEMENOV/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
15/04/2022 11:23 ‧ 15/04/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

As autoridades de Mariupol acusaram, esta sexta-feira, as tropas russas de exumar os corpos de civis mortos em Mariupol, devido ao longo cerco à importante cidade portuária no sudeste da Ucrânia.

Numa mensagem no Telegram, citada pela Sky News, o conselho da cidade afirmou que os russos estão a desenterrar corpos que foram enterrados por familiares nos seus terrenos.

"Em cada quintal há alguém a supervisionar, não deixando que os residentes de Mariupol deem à terra os seus familiares mortos", afirmaram.

Os ucranianos acreditam que esta ação serve para esconder as atrocidades cometidas em Mariupol - tanto o governo ucraniano como várias organizações humanitárias na região alertaram que o cenário em Mariupol é muito mais devastador do que o encontrado em Bucha e em outros arredores de Kyiv.

Apesar da Ucrânia informar que há 13 crematórios móveis em Mariupol, o comunicado das autoridades em Mariupol ressalva que os motivos para esta exumação são desconhecidos, assim como o destino dos corpos.

Apesar das suspeitas de encobrimento, o comunicado acrescenta que os russos "não terão sucesso" e que "o mundo inteiro está a ver os vários crimes cometidos pelo exército russo em Mariupol".

No início da semana, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que há dezenas de milhares de mortos em Mariupol. A Ucrânia continua a não entregar a cidade aos russos, e o cerco torna-se cada vez mais agonizante para as milhares de pessoas ainda presas no interior e sem acesso aos corredores humanitários que tem sido criados.

A cidade é um importante ponto estratégico da perspetiva da Rússia, pois uma tomada de Mariupol permitiria ligar a região da Crimeia (ocupada desde 2014) ao território russo.

Morreram quase 2.000 pessoas desde o início da guerra, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A ONU alerta, no entanto, que o número real de mortos poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar os mortos em regiões cercadas ou bombardeadas pelos russos.

Leia Também: Morre-se à fome em Mariupol, diz chefe do Programa Alimentar Mundial

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