"A aviação operacional-táctica das Forças Aeroespaciais russas realizou ataques em 108 áreas de concentração de pessoal e equipamento militar ucraniano", disse o porta-voz militar Igor Konashenkov, citado pela agência espanhola EFE.
O ministério liderado por Serguei Shoigu disse que alguns dos pontos de concentração e equipamento militar destruídos estavam perto de Mykolaiv (sul), Barvenkovo, na região de Kharkiv, Popasna, na região de Lugansk, e Yampol e Kramatorsk, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
As Forças Armadas da Rússia também efetuaram ataques com mísseis terrestres de alta precisão Iskander nessas áreas.
Durante a noite, unidades de artilharia realizaram 315 ataques contra alvos de tropas ucranianas, incluindo baterias de artilharia, sistemas de mísseis antiaéreos e 275 fortificações, disse o porta-voz.
Segundo Konashenkov, os sistemas russos de defesa aérea também abateram três aviões de combate ucranianos perto de Izium, na região de Kharkiv.
As autoridades regionais de Lugansk anunciaram hoje o início de uma grande ofensiva russa no Leste da Ucrânia, após vários dias de preparativos e concentração de tropas.
Pouco depois de informar que os combates estavam em curso nas ruas de Kreminna, o chefe da administração militar regional de Lugansk, Serhiy Haidai, admitiu que as forças russas assumiram o controlo da cidade.
"Os ocupantes assumiram o controlo de Kreminna! Os combates prosseguem", anunciou Haidai na rede social Telegram, citado pela agência oficial Ukrinform.
Haidai disse que a evacuação de Kreminna já não era possível, mas que estavam a ser retiradas pessoas, hoje de manhã, das cidades de Severodonetsk, Lysychansk, Popasna e Rubizhne, na mesma região.
"Tomem conta dos vossos filhos", pediu Haidai aos que ainda não foram retirados das cidades sob ataque russo.
Lugansk faz parte da região do Donbass, juntamente com Donetsk, cujas forças separatistas pró-russas estão em guerra com as autoridades ucranianas desde 2014, com apoio de Moscovo.
Antes de ter anunciado a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, e usou um pedido de auxílio dos respetivos dirigentes como uma das justificações para iniciar a guerra, que entrou hoje no 53.º dia.
Além dos ataques no Leste, as forças russas lançaram hoje mísseis contra uma infraestrutura militar e uma oficina de pneus em Lviv, na zona ocidental da Ucrânia, num ataque que provocou seis mortos e oito feridos, segundo as autoridades locais.
Situada a cerca de 70 quilómetros da fronteira com a Polónia, a cidade de Lviv foi um dos principais pontos de fuga dos quase cinco milhões de residentes na Ucrânia que procuraram refúgio nos países vizinhos desde o início da guerra.
"Os russos mantêm os ataques aéreos de forma bárbara contra as cidades ucranianas", comentou hoje o conselheiro presidencial ucraniano Mikhailo Podoliak no Telegram.
Numa entrevista transmitida pela TV norte-americana CNN no domingo, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, descartou a possibilidade de deixar a Rússia assumir o controlo do Donbass.
"A Ucrânia e o seu povo são claros: não temos qualquer reivindicação sobre o território de mais ninguém, mas não vamos abdicar do nosso", disse Zelensky.
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