Militares ucranianos continuam a combater russos em Mariupol

Militares ucranianos estão a ignorar ultimato da Rússia para deporem as armas e evacuarem a fábrica de Azovstal, onde estão escondidos.

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© ARIS MESSINIS/AFP via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
18/04/2022 17:40 ‧ 18/04/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Guerra na Ucrânia

As tropas ucranianas continuam a lutar contra os militares russos na cidade sitiada de Mariupol, apesar do ultimato da Rússia, assegurou, esta segunda-feira, Anton Herashchenko, conselheiro do ministro do Interior, na estação de televisão estatal ucraniana.

A declaração de Herashchenko surge após o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, ter revelado no domingo que as tropas ucranianas na cidade estavam cercadas pelos russos e que se haviam escondido com civis na fábrica de Azovstal, o último foco da resistência ucraniana.

Já o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, assegurou que os últimos militares ucranianos presentes na cidade vão continuar a “lutar até ao fim” e estão a ignorar o ultimato da Rússia para deporem as armas e evacuarem o local a partir das 6h, horário de Moscovo [4h em Lisboa], de ontem. 

Esta segunda-feira, dia em que não foi aberto nenhum corredor humanitário na Ucrânia, a vice-primeira-ministra do país, Iryna Vereshchuk, apelou à Federação Russa para que permita a abertura de um corredor humanitário a partir da cidade sitiada de Mariupol, assim como da central siderúrgica de Azovstal. Caso o pedido seja recusado, a responsável alertou que, no futuro, será “uma base para levar os envolvidos a processar [a Rússia] por crimes de guerra”.

A cidade de Mariupol tem sido palco dos ataques mais agressivos das tropas russas, que já levaram a cabo bombardeamentos a um hospital pediátrico e a um edifício da Cruz Vermelha, que se encontrava devidamente assinalado. A sua conquista é apontada como um dos principais objetivos da ofensiva militar, uma vez que permite ligar as regiões separatistas do Donbass à península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscovo. Além disso, possui o maior porto da região do Mar de Azov e importantes fábricas do setor metalúrgico.

Assinala-se, esta segunda-feira, o 54º dia da invasão russa da Ucrânia. Pelo menos 2.072 civis morreram e 2.818 ficaram feridos, segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser muito maior.

Leia Também: AO MINUTO: Rússia lança ofensiva a leste; Sanções? Putin admite "impacto"

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