O ministério da Educação da Rússia anunciou, esta terça-feira, que irá implementar aulas obrigatórias de educação "patriótica", de modo a doutrinar crianças a partir dos sete anos para o esforço de guerra russo na Ucrânia como uma ação de libertação.
Segundo o ministro da Educação russo, Sergei Kravtsov, citado pelo jornal independente russo Moscow Times, o ensino de história na Rússia "nunca irá permitir que seja visto que nós tratamos mal, de alguma forma, as nossas nações irmãs da Ucrânia e da Bielorrússia.
"Faremos tudo no nosso poder para que a memória histórica seja preservada", acrescentou o ministro.
A mudança no ensino russo foi apresentada durante uma exibição contra o nazismo, sendo que a guerra na Ucrânia tem sido justificada pelo Kremlin como uma "operação especial militar" para "desnazificar" o país.
Além disso, outra medida implementada para aumentar o patriotismo nas salas de aulas passa por cantar o hino nacional russo e o hastear da bandeira no início de cada semana de aulas. Esta medida arranca no início de setembro, no próximo ano escolar.
O Moscow Times acrescenta ainda que a idade em que o ensino de história passa a ser obrigatório cai em três anos, forçando as crianças a serem ensinadas segundo a propaganda do estado russo mais cedo.
Durante a apresentação da exibição, que será demonstrada durante o fórum 'O Poder está na Verdade' na véspera do dia 9 de maio - a data em que os russos celebram a derrota da Alemanha nazi em 1945 e a data em que a Rússia espera fazer uma parada militar a comemorar a vitória em Mariupol -, Putin também discursou sobre a importância da educação.
"Um conhecimento profundo da nossa história, e uma atitude de respeito para com a grande herança patriótica, espiritual e cultural da nossa terra-mãe, permite-nos retirar conclusões corretas do passado", salientou Vladimir Putin.
Na Rússia, o regime de Putin tem oprimido quaisquer tentativas de dissidência contra a guerra. Certas palavras e expressões foram proibidas em órgãos de comunicação, redes sociais e mesmo na rua, os protestos contra a guerra na Ucrânia foram completamente banidos e vários meios de comunicação foram suspensos e fechados.
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