Ucrânia: EUA pressionam Sérvia a adotar sanções contra a Rússia

Uma delegação do Senado norte-americano pediu hoje que a Sérvia se junte ao resto da Europa e imponha sanções contra a Rússia, pela operação sangrenta na Ucrânia.

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Lusa
20/04/2022 00:04 ‧ 20/04/2022 por Lusa

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Rússia/Ucrânia

"Entendemos que a Sérvia tem uma longa história cultural e económica com a Rússia", disse o senador Chris Murphy (D-CT) depois de a delegação bipartidária de três membros se ter encontrado com o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic.

"Mas este é um momento em que há um grande risco se nós, como comunidade democrática, não enviarmos uma mensagem unida sobre as consequências do comportamento da Rússia na Ucrânia", acrescentou em declarações aos jornalistas. "A nossa esperança é que possamos apoiar a Sérvia nas próximas semanas e meses, para enviar essa mensagem clara à Rússia."

Embora a Sérvia tenha votado a favor de três resoluções das Nações Unidas, condenando a agressão russa contra a Ucrânia, não aderiu às sanções internacionais contra Moscovo, impostas pela comunidade internacional.

A Sérvia, que tem procurado formalmente a adesão à União Europeia, depende quase inteiramente do fornecimento de energia russo. O Presidente da Sérvia disse que impor sanções contra os aliados eslavos tradicionais de Moscovo seria desastroso para a Sérvia.

"Defendemos que, como o Presidente (Vucic) disse, o futuro da Sérvia está com o resto da Europa, está no Ocidente, e ele está a caminhar nessa direção, (com) laços comerciais, investimento empresarial", referiu a senadora Jeanne Shaheen (D-NH). "E, como apontamos, se essa é a intenção, certamente é muito importante que analise a política externa atualmente em vigor pela UE."

Os senadores também disseram que se a Sérvia realmente quer juntar-se à União Europeia, deve reconsiderar se deve armar-se rapidamente com armas russas e chinesas.

"A longo prazo, acho que todos os países precisam tomar uma decisão sobre se seus interesses de segurança estão mais alinhados com a China", disse Murphy. "Se a Sérvia pretende ser membro da União Europeia, provavelmente não é do seu interesse, a longo prazo, ter uma relação de segurança com a China."

O rápido crescimento militar da Sérvia na região, que estava em guerra na década de 1990, preocupou os seus vizinhos e levantou receios no Ocidente de um possível derramamento de sangue nos Balcãs.

No início deste mês, a China entregou um sofisticado sistema de defesa aérea a Belgrado, apesar dos avisos anteriores dos EUA de que, se a Sérvia quiser entrar nas integrações ocidentais, deve alinhar as suas forças armadas com os padrões ocidentais.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia: Autoridades britânicas preveem fase de guerra "de atrito"

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