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Manifestantes judeus impedidos de chegar ao bairro muçulmano de Jerusalém

A polícia israelita impediu hoje que centenas de manifestantes nacionalistas judeus se aproximassem do bairro muçulmano da Cidade Velha de Jerusalém, para evitar confrontos que resultem numa escalada do conflito entre grupos israelitas e palestinianos.

Notícias ao Minuto

23:01 - 20/04/22 por Lusa

Mundo Jerusalém

Organizações nacionalistas convocaram uma grande marcha na Cidade Velha de Jerusalém, palco nos últimos dias de confrontos entre manifestantes palestinianos e policias israelitas.

Esta manifestação foi vista pelo governo de Israel como um gesto de "provocação" dos palestinianos, notícia a agência France-Presse (AFP).

Mais de mil manifestantes, com bandeiras israelitas, reuniram-se ao início da noite na praça Tsahal, em frente à Cidade Velha.

"Queremos ir para a Cidade Velha de Jerusalém, mas o nosso governo está a impedir-nos de fazê-lo", salientou Pnina, de 62 anos, funcionária pública, ao mesmo tempo que centenas de manifestantes tentavam aproximar-se da Porta de Damasco, a entrada principal do bairro muçulmano na cidade.

Segundo a equipa de reportagem da AFP no local, a polícia bloqueou o acesso à Porta de Damasco para estes manifestantes, incluindo vários apoiantes do deputado de extrema-direita Itamar Ben Gvir, impedido hoje, ao início do dia, de se aproximar destes locais, pelo primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett.

"Com base nas recomendações do ministro da Segurança Interna e dos funcionários de segurança, o primeiro-ministro decidiu impedir a chegada do deputado Itamar Ben Gvir à Porta de Damasco", informou o gabinete de Bennett em comunicado.

"Não tenho intenção de permitir que a política de mesquinhez ponha em perigo vidas humanas. Não permitirei que a provocação política de Ben Gvir ponha em perigo soldados e polícias israelitas, e que torne ainda mais difícil a sua missão", justificou o primeiro-ministro.

Já Ben Gvir referiu à AFP que não ia aceitar a decisão, questionando que lei o impede de passar pela Porta de Damasco.

Entretanto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se "profundamente preocupado com a deterioração da situação em Jerusalém".

Segundo o porta-voz, o ex-governante português está em "contacto com todas as partes para reduzir as tensões e prevenir ações incendiárias".

Na sexta-feira e no domingo, os confrontos entre manifestantes palestinianos e a polícia israelita deixaram mais de 170 feridos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islão e o local mais sagrado do Judaísmo, quando coincidem as celebrações do mês muçulmano do Ramadão e da Páscoa.

No ano passado, o movimento islâmico Hamas lançou 'rockets' em direção ao território israelita, quando uma manifestação de organizações ultranacionalistas deveria entrar na Cidade Velha de Jerusalém.

O governo de coligação de Bennett está enfraquecido pela recente violência em Jerusalém, incluindo na Esplanada das Mesquitas e ataques em Israel.

O partido árabe Raam, o primeiro na história a apoiar um governo israelita, suspendeu no domingo o seu apoio à coligação por causa da violência, enquanto os deputados de direita da coligação estão sob pressão para abandonarem um governo considerado demasiado favorável à minoria árabe, como sustenta uma parte da oposição.

Leia Também: Guterres pede respeito pelos locais sagrados em Jerusalém

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