Ucrânia: OSCE "extremanente preocupada" com detenção de funcionários

A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) mostrou-se hoje "extremamente preocupada" com a detenção de quatro dos seus funcionários, nos territórios separatistas pró-russos do leste da Ucrânia, e pediu a sua "libertação imediata".

Notícia

© Alexander Reka\TASS via Getty Images

Lusa
25/04/2022 06:21 ‧ 25/04/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Após a invasão russa de 24 de fevereiro, a OSCE retirou daquele território várias centenas de observadores, de vários países, que monitorizavam o cessar-fogo desde 2014.

Depois da não renovação da missão, bloqueada por Moscovo, "todas as atividades cessaram em 01 de abril", mas ainda há funcionários ucranianos "a realizarem tarefas administrativas", precisou a OSCE num comunicado hoje divulgado e citado pela Agência France Presse.

Segundo aquele organismo, quatro destes funcionários estão detidos em Donetsk e Lugansk, e as suas famílias receberam poucas informações. A OSCE garantiu "usar todos os canais disponíveis para facilitar a sua libertação".

Esta situação, que já se arrasta "há algum tempo", é "inaceitável", considerou o chefe da diplomacia polaca e presidente da OSCE, Zbigniew Rau.

A secretária-geral da organização, Helga Maria Schmid condenou "atos deploráveis de intimidação, de assédio, e um discurso público hostil conta os funcionários" da OSCE.

Os serviços de segurança dos separatistas de Lugansk, citados pela agência de notícias russa TASS, anunciaram em 11 e 14 de abril que tinham detidos dois membros da missão.

A mesma fonte reportou em 22 de abril que um dos dois "confessou" ter transmitido "informações militares confidenciais a representares de serviços especiais estrangeiros", tendo sido aberta uma investigação por "alta traição".

A Procuradoria dos separatistas de Donetsk anunciou ter aberto investigações por "espionagem" contra "vários" funcionários da OSCE, suspeitos de terem recolhido e transmitido aos serviços ucranianos "informações que são segredo de Estado", nomeadamente vídeos que revelam a posição das unidades militares separatistas.

O embaixador dos Estados Unidos na OSCE, Michael Carpenter, denunciou "mentiras repreensíveis por parte da Rússia".

"Os funcionários ucranianos serviram a OSCE de maneira leal e imparcial", escreveu no Twitter, acrescentando que Moscovo seria "responsável por qualquer dano ocorrido".

Com sede em Viena, desde a sua criação em 1975, em plena Guerra Fria, para promover o diálogo Leste-Oeste, a organização conta atualmente com 57 estados-membro, incluindo os países da NATO bem como os da órbita russa.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais quase 5,2 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: EUA anunciam mais ajuda militar após visita de altos responsáveis a Kyiv

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas