França mantém embalagens de produtos com nova receita, mas há contestação
O Governo francês e os principais atores da indústria alimentar decidiram manter durante seis meses as embalagens dos produtos que tenham de mudar a receita devido à falta de óleo de girassol, algo que inquieta as associações de proteção do consumidor.
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Mundo consumidor
A falta de óleo de girassol devido ao conflito na Ucrânia, com este país a produzir cerca de 50% do óleo de girassol no mundo, vai levar em França à mudança das receitas de batatas fritas, margarina e molhos, entre outros produtos, com o Governo a negociar com o setor e com as associações de consumidores a manutenção das mesmas embalagens pelo menos nos próximos seis meses.
"São derrogações em relação à legislação europeia que é muito exigente em relação à informação aos consumidores. Não é a primeira vez que isto acontece, durante a covid isto aconteceu, mas em pequeno comité denunciámos essas práticas. Agora é compreensível e vivemos uma situação excecional", reconheceu hoje Karine Jacquemart, diretora da Foodwatch França, em entrevista à rádio RMC.
No entanto, esta associação que se bate pela transparência dos ingredientes dos produtos alimentares, lançou uma petição 'online' para saber exatamente o que é que vai substituir o óleo de girassol.
Segundo o Ministério da Economia, já que as embalagens não vão mudar durante seis meses, os produtos vão ter de ter pelo menos um autocolante a informar os consumidores de substâncias alergénicas, utilização de organismos geneticamente modificados e de óleo de palma nas novas receitas, segundo foi divulgado na terça-feira.
A nova composição completa poderá ser encontrada através de um código QR que remete o consumidor para o 'site' oficial do departamento de Repressão de Fraudes, do Ministério da Economia.
Mais de mil produtos vendidos nos supermercados franceses podem ser afetados por estas alterações.
A petição da Foodwatch pede que as próprias empresas declarem nos seus 'sites' e de todas as formas possíveis a nova composição dos seus produtos, com esta iniciativa a já ter recebido mais de 18 mil assinaturas.
Na maior parte dos casos, o óleo de girassol será substituído por óleo de soja, óleo de amendoim, óleo de canola e óleo de palma.
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