"O risco de propagação regional e internacional desta epidemia não pode ser excluído, uma vez que a cidade de Mbandaka faz fronteira com o rio Congo e tem ligações fluviais e terrestres com a capital, Kinshasa, a República do Congo, a República Centro-Africana e Angola", disse a OMS num comunicado.
Além disso, a OMS acrescenta, Mbandaka tem ligações aéreas com a província de Ubangi do Sul, que faz fronteira com a República Centro-Africana e a República do Congo, e com Kinshasa.
O risco, no entanto, é "moderado" a nível regional e "baixo" a nível internacional, não tendo a OMS recomendado quaisquer restrições a viagens de e para o país.
O ressurgimento do vírus nesta cidade do noroeste da RDCongo fez dois mortos desde 21 de abril e desde quarta-feira "foram identificados 267 contactos", mas a OMS diz que ainda "é difícil avaliar a extensão da epidemia" nesta fase.
O risco de propagação na RDCongo é considerado "elevado" devido à presença de reservatórios de animais, à elevada frequência de surtos de Ébola no país, a fatores ambientais e a um sistema de saúde enfraquecido pelos surtos contínuos de cólera, sarampo e covid-19, entre outros.
Este é o 14º surto de Ébola na RDCongo desde 1976.
Identificado pela primeira vez em 1976 na RDCongo, então Zaire, o vírus Ebola é transmitido aos seres humanos por animais infetados. A transmissão humana é através de fluidos corporais, sendo os principais sintomas a febre, vómitos, hemorragia e diarreia.
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