Invasor vestido de "homem das cavernas" condenado a oito meses de prisão
O filho de um juiz do estado norte-americano de Nova Iorque que invadiu o Capitólio dos Estados Unidos vestido de "homem das cavernas", em 06 de janeiro de 2021, foi hoje condenado a oito meses de prisão.
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Mundo Capitólio
O juiz distrital dos Estados Unidos James Boasberg disse que o arguido Aaron Mostofsky, de 35 anos, esteva "literalmente na linha da frente" da invasão ocorrida no início do ano passado em Washington.
"O que você e outros fizeram naquele dia colocou uma manca indelével em como a nossa nação é percebida, tanto em casa quanto no estrangeiro, e isso não pode ser desfeito", disse o juiz a Mostofsky.
James Boasberg também condenou Mostofsky a um ano de liberdade condicional e ordenou que prestasse 200 horas de serviço comunitário e pagasse dois mil dólares (cerca de 1.894 euros).
O arguido pediu misericórdia ao juiz, dizendo que estava envergonhado da sua "contribuição para o caos daquele dia".
"Sinto pena dos polícias que tiveram que lidar com esse caos", disse.
Mostofsky deve apresentar-se na prisão a partir de 05 de junho.
As diretrizes federais de condenação no seu caso recomendaram uma sentença de prisão que varia de 10 a 16 meses. Os procuradores recomendaram uma sentença de 15 meses de prisão seguida de três anos de liberdade condicional.
O homem hoje julgado foi um dos primeiros manifestantes a entrar na área restrita do Capitólio dos Estados Unidos e um dos primeiros a invadir o edifício, pelas portas da ala do Senado, segundo os procuradores.
O arguido empurrou uma barreira policial que as autoridades estavam a tentar organizar e roubou um colete à prova de bala e um escudo antimotim da Polícia do Capitólio, acrescentaram.
"Mostofsky aplaudiu outros desordeiros quando entraram em confronto com a polícia do lado de foram do edifício do Capitólio, até dando um murro num dos seus colegas desordeiros", escreveram os procuradores num processo judicial.
O filho de um juiz de Nova Iorque carregava uma bengala e vestia um fato fantasioso peludo. Disse a um amigo que o seu traje expressava a sua crença de que "até um homem das cavernas" saberia que eleição presidencial de 2020 foi roubada do ex-Presidente Donald Trump.
De acordo com os seus advogados, Mostofsky costuma usar fantasias em eventos.
"Para colocar o caso com eufemismo, o nova-iorquino é peculiar mesmo para os padrões da sua cidade natal", escreveram.
Mostofsky trabalhou como auxiliar de arquitetura em Nova Iorque e o seu pai, Steven Mostofsky, juiz de um tribunal federal no Brooklyn.
"O facto de o seu pai ser juiz significa que ele deveria ser mais capaz do que outros réus de entender por que as alegações de fraude eleitoral eram falsas", disse o procurador do Departamento de Justiça, Michael Romano.
Aaron Mostofsky declarou-se culpado fevereiro de uma acusação de desordem civil e acusações de contravenção por roubo de propriedade do Governo e entrada e permanência num edifício ou terreno restrito. O homem foi o primeiro manifestante do Capitólio a ser condenado por desordem civil.
A defesa de Mostofsky pediu uma sentença de prisão domiciliária, liberdade condicional e serviço comunitário.
Mais de 780 pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados ao motim do Capitólio norte-americano, das quais mais de 280 declararam-se culpadas, principalmente por contravenções.
É lembrado ainda que mais de 160 de réus foram condenados, incluindo 60 que foram sentenciados a penas de prisão que variam de 14 dias a cinco anos e três meses. Aproximadamente outros 100 ainda estão a ser julgados.
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