Kremlin nunca conseguirá suprimir "espírito de liberdade ucraniano"
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse hoje que o "Kremlin quer suprimir" o "espírito de liberdade e democracia" dos ucranianos, mas afirmou-se "convencido de que nunca terá sucesso", durante uma visita surpresa à cidade de Odessa.
© Getty Images
Mundo Ucrânia
"O Kremlin quer suprimir o vosso espírito de liberdade e democracia. Estou totalmente convencido de que nunca terá sucesso", afirmou numa mensagem de vídeo publicada na rede social Twitter, horas depois do grande desfile de 09 de maio em Moscovo, que assinala a vitória sobre a Alemanha nazi.
O político belga fez questão de reafirmar aos ucranianos que não estão sozinhos e que a União Europeia está do seu lado e não os vai desapontar.
"Estaremos convosco o tempo que for preciso", prosseguiu no vídeo, assegurando que o bloco comunitário vai "ajudar a construir um país moderno e democrático, com o olhar no futuro".
Michel explicou que foi a Odessa para celebrar o dia da Europa "num caldeirão de cultura e história europeia", numa "altura em que a guerra está de novo a rugir" no continente.
Num outro vídeo publicado pelo seu gabinete, Charles Michel, vestido com um colete à prova de bala, pôde ser visto a visitar o porto de Odessa e a olhar para os edifícios dilapidados, acompanhado pelo primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, o governador da região de Odessa, Maxime Martchenko, e guardas armados.
A visita não tinha sido anunciada.
No início do dia, o presidente do Conselho Europeu foi obrigado a refugiar-se devido a ataques com mísseis, segundo um funcionário da UE.
Segundo a mesma fonte, durante um encontro entre Michel e Shmygal, "os participantes tiveram que interromper a reunião para se abrigarem porque os mísseis voltaram a atingir a região de Odessa".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que falou por videoconferência com Michel, agradeceu-lhe a "coragem" pela visita a Odessa, segundo uma declaração do gabinete presidencial ucraniano.
"Gostaria de vos agradecer pelo vosso apoio político, pela vossa presença. Pelo facto de ver a Ucrânia, num futuro próximo, como igual aos outros membros da família europeia", sublinhou o Presidente ucraniano.
Segundo o funcionário da UE, Michel observou também "o impacto da guerra russa nas cadeias de abastecimento globais", particularmente no que diz respeito aos cereais, já que "muitas toneladas" estão "bloqueadas no porto por causa do bloqueio russo do mar Negro".
Este bloqueio "não só prejudica a economia ucraniana, mas também dificulta o acesso do mundo a alimentos vitais e compromete a segurança alimentar global", prosseguiu a fonte.
O Presidente ucraniano salientou que a Ucrânia fornece cereais a 400 milhões de pessoas em todo o mundo e que o bloqueio das suas exportações agrícolas estava a fazer subir os preços dos alimentos em todo o mundo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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