Sri Lanka. 5 mortos em confrontos entre apoiantes e opositores do Governo
Os confrontos entre apoiantes do Governo e manifestantes antigovernamentais no Sri Lanka deixaram hoje cinco mortos e mais de 189 feridos, segundo o mais recente balanço da polícia.
© Getty
Mundo Manifestantes
Duas pessoas foram mortas na cidade de Weeraketiya, no sul do país, onde um membro do partido no poder abriu fogo contra os manifestantes, segundo a polícia.
A informação anterior dada pelas autoridades era de que três pessoas tinham morrido hoje nos confrontos entre apoiantes do Governo e manifestantes, que exigem, há várias semanas, a demissão do executivo e do Presidente.
Essa exigência foi cumprida em parte hoje, com o primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, a demitir-se, segundo um assessor.
"[Rajapaksa] demitiu-se. Apresentou a sua carta de demissão" ao Presidente, afirmou um assessor do primeiro-ministro, embora ainda não tenha havido confirmação do gabinete presidencial.
A renúncia do primeiro-ministro significa que todo o Governo é dissolvido, abrindo caminho para um novo executivo.
Esta manhã as autoridades do Sri Lanka declararam o recolher obrigatório e enviaram tropas armadas para a capital do país, Colombo, depois de apoiantes do Governo terem atacado manifestantes que estavam acampados frente à residência do Presidente e do primeiro-ministro, enquanto os sindicatos iniciavam uma "Semana de Protestos", exigindo a mudança de Governo e a renúncia do Presidente.
Este país do Índico está à beira da falência e suspendeu os pagamentos dos seus empréstimos ao estrangeiro. Os problemas económicos provocaram uma crise política, com o Governo a enfrentar protestos generalizados e uma moção de desconfiança no parlamento.
Apoiantes do primeiro-ministro reuniram-se hoje no seu gabinete e pediram-lhe para ignorar as exigências de renúncia dos manifestantes.
Depois da reunião, os apoiantes de Rajapaksa dirigiram-se ao local onde os manifestantes estão há vários dias e atacaram-nos com bastões, destruindo e queimando as tendas, segundo mostraram imagens do canal de televisão local Sirasa.
Após o ataque, centenas de soldados armados foram mobilizados para Colombo, enquanto os manifestantes faziam acusações na televisão de que a polícia não interferiu para impedir o ataque.
O Presidente, de 72 anos, não é visto em público desde que dezenas de milhares de pessoas tentaram invadir a sua residência particular em Colombo, em 31 de março.
O Governo impôs na sexta-feira um estado de emergência que dá ao exército poderes abrangentes para prender e deter pessoas.
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