Oposição são-tomense acusa Governo de ter escondido casos de dengue
A Ação Democrática Independente (ADI, oposição) diz que há registo de óbitos devido à dengue em São Tomé e Príncipe, contrariando o Ministério da Saúde, e acusou o Governo de estar há vários meses a esconder casos da doença.
© Lusa
Mundo São Tomé e Príncipe
O Governo são-tomense anunciou na quarta-feira um surto da dengue no país, com confirmação laboratorial de 30 casos notificados, entre os quais quatro internados, mas sem ocorrência de óbitos.
Num comunicado divulgado hoje, a ADI refere-se a uma "epidemia da dengue que ameaça assustadoramente a saúde pública e a vida" dos cidadãos e considera que "o Governo assobia despreocupadamente para o lado" perante a doença.
A ministra da Saúde, Filomena Monteiro, disse que o primeiro caso suspeito foi detetado em São Tomé no dia 11 de abril, mas a ADI diz que os casos estão no país há meses e já causaram mortes.
"O Governo preferiu esconder ao povo e ao mundo os casos da dengue, que há já vários meses circulam no país, tendo já provocado morte de pessoas", referiu a ADI num comunicado assinado pela vice-presidente do partido, Celmira Sacramento, mas sem apresentar números.
Segundo a ministra, até à última terça-feira "foram notificados pela direção dos cuidados de saúde, através do departamento de vigilância epidemiológica, um total de 47 casos suspeitos da doença, sendo confirmados 30 por teste rápido de antigénio serológicos e PCR-RT em colaboração com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical em Lisboa, no dia 03 de maio".
Filomena Monteiro adiantou que o Ministério da Saúde constituiu um comité de coordenação nacional e internacional com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), que "elaborou o plano de contingência e mobilização de recursos para dar respostas ao surto da dengue".
No seu comunicado de imprensa, a ADI referiu que as ações atuais dos detentores do poder, "nada têm a ver com os interesses em resolver os prementes problemas do país, mas tão-somente a busca de uma tábua de salvação, tentando a todo o custo turvar as águas e desviar os olhares e o sentimento do povo daquilo que é verdadeiramente essencial neste momento crítico que vive o pais, as famílias e o mundo inteiro".
"Não podemos esquecer que o número de jovens desempregados aumenta a cada dia que passa, as pontes do Distrito de Lembá estão por reconstruir, as estradas continuam esburacadas, a reconstrução da estrada de Neves encontra-se num estado lastimável, o caminho para o único aeroporto de São Tomé está perigosamente transitável, a drenagem da capital grita por socorros, a Marginal 12 de Julho encontra-se num estado degradação insuportável, a energia elétrica é cada vez mais um género raro no mercado nacional, enquanto a corrupção grassa como nunca visto", lê-se ainda no comunicado da ADI.
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