Bennett diz que jornalista pode ter sido morta por tiros palestinianos

O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, admitiu hoje que a jornalista Shireen Abu Akleh, da cadeia de televisão Al-Jazeera, possa ter sido morta por tiros palestinianos e não israelitas.

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© Abir Sultan/Pool via REUTERS

Lusa
11/05/2022 10:13 ‧ 11/05/2022 por Lusa

Mundo

Al-Jazeera

 

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"Com base nas informações que recolhemos, parece provável que palestinos armados, que abriram fogo indiscriminadamente, tenham sido responsáveis p?ela infeliz morte do jornalista", disse Bennett, em comunicado.

A jornalista palestiniana da cadeia de televisão Al-Jazeera foi morta a tiro enquanto cobria um ataque israelita na cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia.

A cadeia de televisão e um repórter ferido no incidente culparam as forças israelitas, enquanto Israel disse que havia evidências de que os dois foram atingidos por tiros palestinianos.

Shireen Abu Akleh era uma das mais conhecidas do canal de televisão Al-Jazeera. Ali Samoudi, outro jornalista palestiniano, foi hospitalizado em estado estável após ter sido baleado nas costas.

Num comunicado divulgado no canal, a Al-Jazeera pediu à comunidade internacional que "condene e responsabilize as forças de ocupação israelitas".

"Prometemos processar legalmente os perpetradores, não importa o quanto eles tentem encobrir o seu crime, e levá-los à justiça", acrescentou.

Os militares israelitas disseram que as suas forças foram atacadas com artilharia pesada e explosivos enquanto operavam em Jenin e que ripostaram.

Acrescentaram que estão "a investigar o sucedido e a analisar a possibilidade de os jornalistas terem sido atingidos pelos atiradores palestinianos".

As autoridades israelitas disseram ainda que havia um vídeo de atiradores palestinianos gabando-se de ter matado um soldado, mas que nenhum israelita foi ferido no incidente, dando a entender que podem ter atingido a jornalista.

Israel adiantou que propôs uma investigação conjunta e autópsia com a Autoridade Palestiniana, que recusou a oferta.

A Autoridade Palestiniana, que administra partes da Cisjordânia ocupada e coopera com Israel em questões de segurança, condenou o que disse ser um "crime chocante" cometido por forças israelitas.

A jornalista, que tinha 51 anos, nasceu em Jerusalém e começou a trabalhar para a Al-Jazeera em 1997. Reportava regularmente de todos os territórios palestinianos.

Imagens de vídeo do incidente mostram a jornalista a usar um colete à prova de bala azul, identificado com a palavra "PRESS" (imprensa).

Samoudi, que trabalhava como seu produtor, disse à Associated Press que os jornalistas estavam entre um grupo de sete repórteres que foram cobrir a operação, adiantando que todos usavam equipamentos de proteção que claramente os identificavam como repórteres e que passaram por tropas israelitas para que os soldados os vissem e soubessem que estavam no local.

Disse ainda que não havia militantes ou outros civis na área, apenas os repórteres e o exército.

Leia Também: Jornalista da Al Jazeera morta na Palestina com tiro na cabeça

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