Sri Lanka proíbe ex-primeiro-ministro e apoiantes de deixarem o país
Um tribunal do Sri Lanka anunciou hoje que proibiu o ex-primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa, o seu filho Namal e 15 dos seus apoiantes de deixarem o país devido a atos de violência cometidos contra os manifestantes anti-governo.
© Lusa
Mundo Sri Lanka
Um magistrado de Colombo também iniciou uma investigação policial aos ataques de segunda-feira contra manifestantes antigovernamentais pacíficos que deixaram pelo menos nove mortos e danos generalizados.
Na segunda-feira, partidários do Governo, trazidos das províncias para a capital Colombo e galvanizados pelo então primeiro-ministro cingalês Mahinda Rajapaksa, atacaram os manifestantes antigovernamentais.
A população da ilha, sobrecarregada por meses de grave escassez de alimentos, falta de combustível, medicamentos e por cortes de energia, iniciou, há semanas, protestos pacíficos a pedir a renúncia do Presidente Gotabaya Rajapaksa e a saída do seu irmão Mahinda Rajapaksa, que acabou por deixar o cargo de primeiro-ministro na segunda-feira.
A renúncia do primeiro-ministro causou a dissolução do Governo, tendo o Presidente -- ele próprio um militar reformado - pedido a constituição de um Governo de unidade nacional.
Gotabaya Rajapaksa -- que chegou ao poder em 2019 como herói militar e com a promessa de prosperidade económica e maior segurança - foi hoje criticado por duas organizações não-governamentais (ONG) pelo seu papel nas "operações brutais contra insurgentes no final dos anos 1980".
O Sri Lanka está, desde o início desta semana, sob regime de recolher obrigatório e com milhares de militares nas ruas com instruções para disparar sobre qualquer pessoa que ataque propriedade alheia ou cometa atos de violência.
Veículos blindados que transportam soldados pelas ruas da capital, Colombo, provocaram receio de um golpe militar iminente, possibilidade que tem sido discutida por milhares de pessoas nas redes sociais.
O secretário do Ministério da Defesa do Sri Lanka, Kamal Gunaratne, descartou na quarta-feira que haja um golpe militar no país, apesar de terem sido enviados milhares de soldados para controlar protestos nas ruas e de o primeiro-ministro se ter demitido.
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